O Grupo Silvio Santos, através da empresa Baú Crediário, é o maior interessado na compra da rede de lojas Dudony, com sede em Maringá, Noroeste do Paraná. A proposta de aquisição vai ser apresentada até a primeira quinzena de junho, durante uma assembleia geral a ser marcada com os credores e demais participantes. A Dudony não quis comentar o valor da transação, mas o diretor- jurídico da empresa, Cleverson Colombo, confirmou o interesse de Silvio Santos no negócio.
"Depois que entrou com seu pedido de recuperação judicial na 1 vara Cível de Maringá em dezembro de 2008, a Dudony contratou a KPMG para fazer a reestruturação da rede e também encontrar eventuais compradores. A proposta do Baú foi a mais consistente até aqui e provavelmente vai ficar com a empresa", diz Colombo.
Através de sua assessoria de imprensa, o Baú Crediário confirma a intenção de compra, mas afirma não ter feito uma proposta. A rede varejista também foi uma das primeiras a manifestar interesse pela compra do Ponto Frio, colocado à venda no final de fevereiro deste ano. Pela proposta, cujos termos são mantidos em sigilo, ainda não obteve resposta.
A marca Dudony pertence à Distribuidora Maringá de Eletrodoméstico (Dismar) e Markoeletro Comércio de Eletrodomésticos.
Segundo Colombo, depois de uma tentativa de vender apenas as nove lojas instaladas em São Paulo e de negociar com seus fornecedores a possibilidade de se manter no comércio, a Dudony foi forçada a optar pela venda do grupo como um todo, com 110 lojas e uma dívida de R$ 104 milhões. "Não há outra saída porque, sem capital de giro, a crise fechando todas as portas para o crédito e negociações subsequentes com os fornecedores, eliminaram qualquer possibilidade da empresa sobreviver. Ainda conseguimos crédito com alguns fabricantes, mas os fornecedores de linha branca e marrom foram irredutíveis", acrescentou o diretor.
Segundo Colombo, a maior parte da dívida da Dudony é com financeiras e fornecedores de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e linha marrom (aparelhos de TV, som e imagem). A empresa tem 110 lojas (incluindo 17 unidades virtuais, que fazem vendas por catálogo) espalhadas pelo Paraná (101) e São Paulo (9), com um quadro de 922 trabalhadores diretos.
Cleverson Colombo informou que desde o pedido de recuperação até este mês, a empresa continuou com as lojas abertas e sem demissões em massa. "Os empregos foram mantidos a duras penas com amargo prejuízo. Acredito que se houver a venda, os colaboradores serão mantidos mesmo sob outra bandeira", disse.
No final de fevereiro, a rede havia colocado à venda as nove lojas do grupo no Estado de São Paulo - as demais são no Paraná. O objetivo do negócio era obter capital de giro e reduzir o custo operacional. "Essa saída não deu certo porque sem apoio dos fornecedores tornou-se necessária a venda de todas as lojas da rede", explicou o diretor. Se o negócio for mesmo concluído, a Dudony vai continuar a existir, mas somente com operações no setor atacadista. "Há muitas dívidas, principalmente com o fisco, que ficaram de fora do pedido de recuperação judicial e a empresa tem de continuar respondendo por elas", concluiu Colombo.
De acordo com ele, "a rede quer manter o compromisso assumido com os credores. A venda vai ser definida com os credores e participantes da assembleia geral, na primeira quinze-na em junho", afirma.
Veículo: Gazeta Mercantil