Aumento do consumo de ovos desafia setor avícola

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Um alimento barato e saudável, mas que, no entanto, tem dificuldades para cair no gosto dos brasileiros. O consumo per capita de ovos no País não ultrapassa 130 unidades por ano, um volume considerado muito baixo se comparado aos líderes em consumo, como o México e os Estados Unidos, que superam as 300 unidades per capita ao ano.

 

Para debater questões relacionadas ao consumo, produção e comercialização de ovos no País, diversos especialistas se reuniram ontem, durante o segundo dia do 21º Congresso Brasileiro de Avicultura, com o objetivo de discutir os principais gargalos a serem superados pelo setor. "O maior desafio hoje é aumentar o consumo e desmistificar a ideia de que o ovo tem muito colesterol e faz mal para a saúde", disse Rogério Belzer, diretor do setor de ovos da União Brasileira de Avicultura (UBA) e presidente do instituto Ovos Brasil, criado com o intuito de difundir as qualidades nutricionais do produto.

 

Em 2008 foram colocados no mercado 22,4 bilhões de ovos, volume que representou uma pequena queda em relação a 2007, quando foram produzidas 24,2 bilhões de unidades. "Essa queda é reflexo direto da tendência de queda de consumo. Quando isso ocorre, a redução das matrizes é imediata", comenta Belzer. O plantel de poedeiras chegou a 78,6 milhões, em 2008, abaixo de 2007, que alcançou 85,2 milhões.

 

Por parte dos produtores, a mobilização no sentido de incrementar o consumo também tem sido grande, com investimentos no sentido de diversificar a produção, com a introdução de ovos chamados de free range, oriundos de galinhas criadas fora de gaiolas e também de ovos caipiras. "A saída é apresentar produtos novos e que atraiam os consumidores", declarou a representante da Granja Somai Nordeste, de Minas Gerais, Maria Luiza Pimenta.

 

Se o consumo interno mantém-se aquém do que almeja o mercado, o mesmo não acontece além das fronteiras do Brasil. Dados da UBA dão conta de que em 2008 foram exportados mais de 36 milhões de quilos de ovos e produtos oriundos deles, um incremento de 238%, em relação a 2007. "Colhemos resultados excelentes, com uma receita que ultrapassou os US$ 58 milhões", destacou Belzer. Os principais mercados se localizam no Norte da África e no Oriente Médio. "Desde ovos in natura, como os processados, em pó e líquido têm tido ótima aceitação lá fora", disse o dirigente.

 

O simpósio sobre produção de ovos contou também com duas palestras sobre boas práticas de produção, abordando desde procedimentos para controle de pragas nos aviários até a aplicação de um sistema preventivo de produção, cujo foco é a segurança alimentar.

 


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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