Livros: Grupo Santillana planeja investir R$ 100 milhões em cinco anos

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Há oito anos no Brasil, o grupo espanhol Santillana inicia uma nova fase de investimentos. Dono da Moderna, maior editora de livros didáticos do país, a companhia tem planos de investir aproximadamente R$ 100 milhões nos próximos cinco anos. Os recursos serão destinados para consolidar a sua atuação no mercado de livros didáticos por meio da Moderna, reforçar a presença dos selos de idiomas Richmond e Santillana Espanha e atingir a segunda posição no segmento de sistemas de ensino.

 

"Nosso foco é crescer de forma orgânica nessas três plataformas, mas não descartamos também aquisições. Estamos conversando com algumas empresas, mas não há nada concreto agora", disse Andrés Cardó, diretor-executivo geral da Santillana Brasil, em sua primeira entrevista à imprensa nacional desde que chegou ao país em 2000.

 

Nos últimos oito anos, a Santillana investiu cerca de R$ 170 milhões para aquisição das editoras Moderna, Salamandra e Objetiva - o que a coloca como um dos grupos editoriais mais agressivos do mercado. Além disso, nesse mesmo período, criou o selo voltado para o aprendizado de idiomas Richmond, o Sistema Uno de Ensino (apostilas e serviços pedagógicos para escolas) e a empresa de avaliação educacional Avalia.

 
 
O projeto mais agressivo da Santillana tem sido feito junto à Moderna. A produção de livros da editora para as escolas particulares saltou de 2,1 milhões em 2001 para 6,5 milhões de exemplares, entre livros didáticos e paradidáticos e apostilas em 2009.

 

De 2001 para cá, a Moderna recebeu investimentos de quase R$ 200 milhões, sendo R$ 100 milhões apenas na área editorial. "Até 2003, a unidade brasileira recebia treinamento da matriz. Hoje é o inverso, nós transferimos know-how para outras unidades do grupo. Somos pioneiros em muitas ações, com destaque na área editorial", conta Cardó, que trabalha há 20 anos na empresa. A Santillana é um dos negócios do grupo espanhol de mídia Prisa, que edita, por exemplo, o jornal "El País", entre outros. O segmento editorial representa cerca de 20% do faturamento do grupo Prisa.

 

Em 2008, o Brasil atingiu a liderança no grupo Santillana, ultrapassando inclusive a Espanha. A receita global da Santillana somou € 608 milhões. Deste montante, o Brasil representa pouco mais de 30%. Levando-se em consideração o lucro operacional, a participação brasileira salta para 35%. A segunda posição é da Espanha, que detém uma fatia de 30% da receita e do lucro.

 

Entre 2001 e 2008, o faturamento bruto da Santillana saltou quase 270%, saindo de R$ 136, 2 milhões para R$ 501,9 milhões. A expectativa para 2009 é que a receita atinja R$ 550 milhões.

 

Do faturamento total da Santillana Brasil em 2008, a Moderna é responsável por R$ 471 milhões. A receita da editora de livros didáticos é dividida igualmente entre o mercado de escolas particulares e as compras do governo federal para as escolas públicas.

 

Neste ano letivo de 2009, a Moderna vendeu R$ 300 milhões em livros didáticos para as escolas particulares, o que representa um aumento de 21% em relação ao período anterior. "Atingimos um market share de 25%, o que nos coloca 7 pontos a frente do segundo colocado", comemora o executivo.

 

Atualmente, a atenção das editoras de livros escolares está voltada para o novo Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), do governo federal. Esse programa, que contempla alunos de 1ª a 5ª série das escolas públicas, compra cerca de 100 milhões de exemplares, por ano. Na última edição do PNLD, em 2006, a Santillana vendeu 27,3 milhões de livros.
 


Veículo: Valor Econômico


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