As farmácias e drogarias também não sentiram os feitos da crise financeira.
A exemplo do que ocorre no setor de supermercados, que a cada mês registra expansão de venda, as farmácias e drogarias também não sentiram os feitos da crise financeira. Nos quatro primeiros meses do ano, o setor teve expansão de 12% em comparação com igual período de 2008, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as grandes redes, o desempenho foi ainda mais expressivo: expansão de de 24,12% no período, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que congrega as 25 maiores redes do País, responsáveis por 40% do faturamento do setor.
Além de se tratar de produtos essenciais, o presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, aponta duas medidas tributárias para essa expansão: a nota fiscal eletrônica e a substituição tributária – que é o recolhimento monofásico do tributo de toda a cadeia produtiva, composta por distribuidoras e varejistas.
"A medida exigiu a formalização das pequenas lojas, pois as que não o fizeram, perderam vendas ou deixaram de sobreviver. Só isso já contribuiu bastante para o crescimento verificado neste ano", diz Mena Barreto. No período, foram vendidos 11% mais medicamentos. Os não-medicamentos, como produtos de higiene pessoal e cosméticos, cresceram 29,8%.
Com resultados tão positivos, não é de estranhar que o setor mantenha os planos de investimentos para 2009. No final do ano passado, por exemplo, a Droga Raia ganhou fôlego para expandir e aumentar a sua participação, ao vender 15% do negócio para a Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e outros 15% para o fundo Pragma Patrimônio. A Rede Drogão, que acaba de inaugurar duas lojas no Shopping União de Osasco, é outra que mantém seus planos de crescimento.
De acordo com Nelson de Paula, gerente de marketing, a previsão para 2009 é aumentar a rede em sete lojas. "Além das recém-inauguradas, vamos abrir mais uma em julho, no Shopping Anália Franco, e outras quatro ao longo do segundo semestre", afirma.
Apesar do incremento nas vendas, verificado também na Rede Drogão, ele afirma que desde o início da crise o setor passou por alguns ajustes: como queda da rentabilidade, para manter o market share.
"Vendemos produtos essenciais, que não dependem do crédito, o que ajudou a manter as vendas nesse período. Afinal, as pessoas não ficam mais ou menos doentes por conta da crise. Entretanto, enfrentamos hoje uma competição muito grande, o que exige constantes ajustes para não perder mercado. Esse equilíbrio ficou ainda mais complicado desde que a crise teve início", disse.
Veículo: Diário do Comércio - SP