A tarifa para importação de trigo de países que não fazem parte do Mercosul foi mantida na quinta-feira em reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), apesar da pressão da indústria pela queda da taxa de 10%. "Temos trigo suficiente para o abastecimento interno até que a nova safra comece a ser colhida, em agosto", disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, depois do encontro.
A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) reivindicou na quarta-feira, em Brasília, a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação de 1 milhão de toneladas, alegando problemas de oferta na Argentina, o principal fornecedor do Brasil, que é um dos principais importadores do mundo do cereal. Segundo a entidade, a manutenção da taxa poderia significar aumento da farinha e impacto na inflação.
Mas Stephanes, que integra a Camex, argumentou que o país tem estoques suficientes para atravessar o final da entressafra. O ministro indicou, entretanto, que o governo pode reavaliar a questão. "Eventualmente, essa decisão poderá mudar. Mas até o momento é o que se mantém".
Segundo Stephanes, qualquer importação que se faça agora, além das necessidades, terá reflexos sobre a comercialização. O ministro teme um impacto negativo sobre a renda dos produtores nacionais, e com a decisão, a Camex atende aos triticultores.
Veículo: Valor Econômico