Pequenas e médias empresas criam redes de compra para concorrer com os grandes grupos -
As Redes de Negócios formadas por supermercados de Minas Gerais estão enfrentado o período de crise financeira com grande otimismo. Formadas pela união de pequenas e médias empresas do setor, as associações estão em pleno crescimento, tanto no faturamento quanto no número de associados. A união é considerada pelos empresários como a única forma de manter os negócios frente à concorrência dos grandes grupos.
Com a eclosão da crise, aumentou a procura pelas redes de negócios. A principal vantagem da união é conseguir junto aos fornecedores descontos nos preços das mercadorias, o que contribui para os pequenos e médios supermercados concorrerem com as grandes empresas. Outra vantagem é a eliminação de estoques, já que as compras em conjunto podem ser realizadas em períodos menores.
Na Rede Minipreço de Supermercados, somente em 2009 cinco associados se integraram à rede. A expectativa é crescer cerca de 3,5% ao longo de 2009. Em 2008 o crescimento foi de 10,6%. A Rede Minipreço está localizada na Zona da Mata e a sede fica em Viçosa. Hoje são cerca de 55 lojas e 45 associados, com lojas distribuídas em 35 diferentes cidades da região.
Em 2007, o faturamento do grupo chegou a R$ 104 milhões, segundo a última Pesquisa sobre Redes de Negócios, realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para o presidente da Rede Minipreço de Supermercados, Leonardo Reis, a formação das redes é a única forma de os pequenos comerciantes manterem seus negócios abertos e gerando lucro. As compras realizadas em conjunto conseguem reduzido o valor em até 10%. "Com a ameaça de crise, mais do que nunca percebemos a importância da cooperativa. Com ela, os impactos são bem menores", disse Reis.
A procura por associações também foi registrada na Confiança Cooperativa de Consumo dos Supermercadistas (Rede Confiança). Fundada em 2006, na região Centro-Oeste de Minas, a rede já cresceu 100% Em maio de 2008, ela era composta por 14 associados e hoje são cerca de 29, com 37 lojas distribuídas em 15 cidades mineiras. Em 2009, cerca de cinco novos comerciantes se integraram à rede e para o próximo mês a expectativa é que mais três ingressem na sociedade.
A rede, que já investe na marca própria, está iniciando a importação de produtos, e aposta nesses diferenciais para conquistar o consumidor. Em julho, entra no mercado a marca própria de café. Os planos de expansão vão além. Até o fim do ano, os consumidores poderão encontrar nos supermercados produtos importados da Argentina, como vinhos, sucos, azeites e azeitonas.
Para o próximo ano, a expectativa é ampliar as importações, buscando produtos no Chile, Uruguai e outros países da América do Sul. "Vamos oferecer artigos exclusivos nas lojas. Com isso, pretendemos aumentar e fidelizar nossos clientes", disse Amaral. (MV)
Veículo: Diário do Comércio - MG