Empresas de celulose perdem 50% de seu valor

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Estudo da empresa financeira Economática mostra quais setores produtivos já recuperaram seu valor e quais os mais prejudicados pelos investidores

 

Apesar dos dias mais tranquilos na bolsa de valores, ainda há investidores que não conseguiram digerir as perdas com o mercado acionário. Levantamento feito pela Economática, empresa de informações financeiras, mostra que as empresas de papel e celulose perderam quase a metade do valor de mercado - 49,29% - de 1º de setembro até ontem. A segunda maior perda ocorreu no setor de veículos e autopeças, com -37,19%, seguido por siderurgia e metalurgia, com -26,49, e construção, com -25,64%.

 

Com os maiores ganhos, estão as empresas de software e dados (alta de 15,70%) e instituições de intermediação de crédito (14,36%). Como têm pouca representatividade na bolsa, não chegam a ser parâmetro. Os outros setores, esses sim com maior liquidez, foram o de minerais não metálicos (10,27%) e energia elétrica (4,47%).

 

Os setores que arrastam um desempenho ruim nos últimos noves meses, apesar de darem algum sinal de recuperação, continuam na berlinda para quem acompanha o dia a dia dos papéis. Leonardo Alves, analista da corretora Link , acredita que a melhora desses segmentos ainda está no começo, por isso é melhor ter cautela. "A recuperação das vendas das siderúrgicas por enquanto é gradual. As medidas do governo para reativar o mercado interno já começaram a surtir algum efeito, mas não se pode esperar nada muito rápido", diz.

 

A queda nos papéis de papel e celulose, explica Alves, foi puxada principalmente pelos problemas cambiais da Aracruz, que perdeu US$ 2 bilhões com derivativos. A VCP, que havia feito uma oferta de compra da empresa antes de o problema ocorrer, teve de manter o preço oferecido pela empresa e também viu o valor dos papéis despencar.

 

Felipe Casotti, gestor de renda variável da Máxima Asset, diz que a crise abalou principalmente os papéis relacionados a commodities, como minério de ferro. No caso da construção, houve uma paralisia depois da onda de quebradeira de bancos nos Estados Unidos e a ameaça de desemprego. Quem pôde fugiu do endividamento. "Apesar da recuperação forte de alguns papéis, como da Gerdau e da Usiminas, o momento ainda é de cautela porque a demanda anda pouco aquecida", argumenta.

 

Analista da corretora Geração Futuro, Rafael Weber avalia que ainda seja cedo para uma aposta certeira: "A melhora ainda é lenta Só vai ser possível ter mais clareza sobre o cenário em 2010".

 

Para o analista do Fator Corretora, Eduardo Silveira, já é possível observar com mais atenção alguns segmentos da economia, mas sem abrir mão da prudência. É o caso da construção civil, alavancada pelo programa federal "Minha Casa, Minha Vida". "Mas não é possível afirmar que o valor das ações chegará aos níveis anteriores à crise", pondera Silveira.

 

José Góes, economista da corretora Alpes, prefere esperar por dados econômicos que indiquem a recuperação consistente da economia. "Todos esses setores que tiveram queda são bem colocados no Brasil. O Brasil tem vantagem comparativa em mineração e siderurgia, por exemplo. Nesta fase ruim podem surgir oportunidades de eliminar concorrentes e ganhar mercados", opina.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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