Após passar a deter 100% da rede de atacarejo, grupo acelera a expansão e mira a região Nordeste
O Grupo Pão de Açúcar pretende praticamente dobrar o número de lojas com a bandeira Assai até o final de 2010. Atualmente, são 32 lojas com a bandeira do atacarejo - modelo de loja que mistura atacado e varejo - - do grupo, e a meta é chegar a 62 até o ano que vem. O Pão de Açúcar fechou na sexta-feira a compra dos 40% da rede Assai que ainda não detinha. Pagou R$ 175 milhões pela fatia. Segundo José Roberto Tambasco, vice-presidente executivo do Pão de Açúcar, a expectativa da empresa é de que as operações do Assai possam responder por até 10% das vendas da companhia ao final deste ano - mas ponderou que isso pode variar um pouco, já que a meta foi estabelecida antes da aquisição do Ponto Frio.
De acordo com Tambasco, as sinergias em termos de compras, tecnologia da informação, importação, marcas próprias e despesas administrativas do Assai com o restante do grupo serão potencializadas com os 100% do capital da companhia. O executivo destacou ainda que, desde a aquisição de 60% do Assai, em novembro de 2007, já foram abertas 18 novas lojas, sendo que nove foram de conversões de bandeiras já pertencentes à companhia.
Os planos de expansão do Pão de Açúcar para a rede Assai demonstram a importância que o atacarejo vem ganhado dentro das grandes redes supermercadistas. No caso do Carrefour, a rede Atacadão, comprada em abril de 2007, já responde por cerca de 30% da receita do grupo no Brasil. Já são 59 lojas do Atacadão espalhadas pelo País. Só neste ano, o grupo vem mantendo o ritmo de abertura de uma loja por mês.
Além disso, o Carrefour deve abrir no ano que vem uma loja de atacarejo, inspirada no Atacadão, na Colômbia, e já tem pronta uma lista de países para os quais o modelo será exportado.
NORDESTE
Nos planos de expansão do Assai, uma das prioridades será a região Nordeste, segundo Tambasco. Ele informou também que os planos de chegar a 62 lojas referem-se apenas às novas unidades. Não estão incluídas nesse cálculo as transformações de outras bandeiras da rede em lojas do Assai, o que pode elevar a previsão de expansão para o ano que vem. O custo para a abertura das lojas pode variar de R$ 4 milhões a R$ 10 milhões.
O executivo informou também que Rodolfo Nagai e Luiza Kogachi - representantes do Assai - continuarão na empresa, até o vencimento do pagamento da última parcela do negócio, no valor de R$ 125 milhões, em janeiro de 2011. A primeira parcela, de R$ 25 milhões, será paga neste mês e a segunda, de mesmo valor, será em dezembro deste ano.
Tambasco disse ainda que a condição para o pagamento de uma quantia adicional de R$ 25 milhões aos vendedores de 40% do Assai, conforme informado em fato relevante, dependerá da participação destes nos planos de expansão orgânica da companhia até janeiro de 2011.
O vice-presidente executivo financeiro do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, disse, em teleconferência, que a companhia deverá manter a margem Ebitda da rede Assai em torno de 4%, mesmo com os ganhos de sinergia que a aquisição dos 40% restantes do capital da empresa proporcionará. Segundo ele, a companhia vai priorizar a "competitividade de preços" com as sinergias.
NÚMEROS
32 lojas é o tamanho hoje da rede Assai. A meta é chegar a pelo menos
62 até o final do ano que vem
R$ 175 milhões foi quanto o Pão de Açúcar pagou pelos 40% de ações que ainda não detinha na rede Assai
59 lojas é o tamanho da rede Atacadão, do Carrefour, no Brasil. Só este ano, foram abertas seis novas lojas da rede no País
Veículo: O Estado de S.Paulo