A Parmalat Brasil, que arrendou a sua maior fábrica em Carazinho (RS) para a Nestlé por 35 anos, com opção de compra, informou na sexta-feira que sua estratégia atual é concentrar a produção na região Sudeste do país, onde está cerca de 80% do seu mercado consumidor, afirmou em comunicado. A concentração da produção "permite que a empresa estabeleça uma logística mais racional, com uma substancial redução no custo do frete no transporte de leite e seus derivados", disse a empresa.
O Valor apurou que, dentro da estratégia de concentrar a produção no Sudeste, a Parmalat vai colocar em operação a fábrica de Guaratinguetá (SP), que comprou da Danone juntamente com os negócios ligados à marca Poços de Caldas e a licença da marca Paulista em abril de 2008. Em setembro, já em dificuldades financeiras, a Parmalat vendeu os dois últimos ativos para GP Investimentos, mas manteve a fábrica. Segundo a prefeitura do município, a unidade, com capacidade de processamento de 350 mil litros por dia, deve ser reaberta dia 11 de agosto e gerar 170 empregos. A empresa não se pronunciou sobre o assunto.
Em comunicado ao mercado, a Laep Investments, que controla a Parmalat, justificou o arrendamento como continuidade do "processo de fortalecimento de sua estrutura de capital, racionalização logística e de contenção de custos".
O arrendamento pelo período de 35 anos, com opção de compra, é praticamente uma venda e foi uma saída encontrada pela Nestlé já que a Parmalat Brasil está em recuperação judicial. O negócio é estimado em R$ 100 milhões.
Desde o ano passado, a Parmalat se desfaz de ativos. Além da Poços de Caldas, vendeu a fábrica de Garanhuns (PE) para a Laticínios Bom Gosto em fevereiro. Segue operando Santa Helena de Goiás (GO), Ouro Preto d'Oeste (RO), Itaperuna (RJ), Governador Valadares (MG) e Jundiaí (SP) e Votuporanga (SP).
Com a "realocação" da produção para o Sudeste, a Parmalat também espera economizar ICMS em suas operações nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A Parmalat afirmou ainda que o arrendamento de Carazinho não afetará sua capacidade de captação e processamento de leite. Nas fábricas que tem hoje, a capacidade de produção total é de 2,5 milhões de litros/dia
Veículo: Valor Econômico