O grupo Pão de Açúcar encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 131,7 milhões, valor que representa um crescimento de 155% em relação ao mesmo período de 2008, quando o ganho somou R$ 51,7 milhões. O resultado foi puxado pela combinação entre crescimento de vendas e controle de custos e despesas, além de perdas menores nas operações financeiras.
Entre abril e junho deste ano, a companhia obteve receita líquida de R$ 5 bilhões, alta de 18,1% em relação ao segundo trimestre do ano passado. As vendas totais avançaram 15,6%, enquanto que no conceito "mesmas lojas", a alta foi de 13,1%. Dentro deste grupo, as vendas de produtos do segmento alimentício cresceram 12,8%, enquanto que o grupo de não-alimentos experimentou alta de 14,3% no mesmo intervalo de comparação.
O vice-presidente de relações com investidores do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, informou que boa parte do crescimento das vendas foi puxado pelo maior fluxo de clientes nas lojas do grupo, que, segundo ele, tem "roubado" consumidores da concorrência e ganhado participação de mercado.
Além disso, informou que o fato da Páscoa ter caído no segundo trimestre e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a linha branca também ajudaram, mesmo que mais discretamente, na alta de vendas trimestrais.
Quanto ao custo das mercadorias vendidas, cresceu um pouco mais que a receita líquida, 19,3%, fechando o trimestre em R$ 3,7 bilhões. Já as despesas operacionais, foco de um programa severo de controle por parte do grupo, cresceram 14,2%, para R$ 922,35 milhões.
Com isso, o lucro operacional medido pelo lajida (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) pôde avançar 15,7%, fechando o segundo trimestre em R$ 345,1 milhões. A margem lajida, relação entre lucro operacional e receita líquida, ficou praticamente estável, passando de 7% para 6,9%.
Após essa linha, a depreciação contabilizada pela companhia registrou queda importante, de 29,1%, para R$ 104,2 milhões. Além deste fator, a melhora do resultado financeiro, cuja perda foi reduzida em 30,7%, para R$ 61 milhões, contribuiu para o crescimento expressivo do lucro líquido do grupo.
Além dos números, Pestana anunciou uma mudança na política de dividendos do grupo. Agora, os acionistas serão remunerados a cada três meses, pagamento que usará como parâmetro o resultado líquido do ano anterior. No quarto trimestre, já com base no lucro do ano corrente, será paga a diferença entre o valor devido e os adiantamentos realizados.
"É uma medida importante, condizente com uma política séria de retorno aos investidores. A companhia tem maturidade e caixa suficientes para fazer uma política deste tipo", explicou ele.
O primeiro pagamento no âmbito da nova política será realizado no próximo dia 24, quando serão pagos R$ 30 milhões referentes aos adiantamentos do 1º e do 2º trimestre de 2009.
Veículo: Valor Econômico