A proposta do segmento no Brasil é a de reduzir a participação dos chineses no mercado em 10% até o final do ano que vem.
O setor de brinquedos da indústria nacional, que faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado, desde ontem está integrado à Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo, e busca, com isso, aumentar seu faturamento e gerar mais empregos, segundo metas estabelecidas em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Para alcançar esses objetivos, o segmento se comprometeu a baixar preços.
Só que há outros desafios pela frente. O principal deles é tirar dos chineses uma fatia de 10 pontos percentuais do mercado brasileiro. Hoje, o produto nacional supre 55% do consumo, enquanto os chineses respondem por 45%. A proposta é elevar a participação nacional para 65% até o final do ano que vem, segundo informou Synésio Batista Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq).
Com a inclusão do setor na PDP, o Ministério do Desenvolvimento e a Abrinq estabeleceram metas conjuntas. Entre elas, o aumento de 12% no faturamento até o fim de 2010, além de investir R$ 20 milhões por ano pelos próximos cinco anos, gerar mil empregos (também nos próximos cinco anos), e reduzir os preços em 5% até o fim do próximo ano. Outra meta é elevar o acesso ao consumo por crianças nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste em 15% e, para as regiões Sul e Sudeste, em 7%.
Outro objetivo do setor de brinquedos, segundo o presidente da Abrinq, é de retomar os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), algo que não acontece desde 1995 – quando o governo baixou as alíquotas do Imposto de Importação do produto e gerou uma crise no setor.
Desonerações – O governo também poderá promover novas desonerações no investimento, segundo o secretário de desenvolvimento da produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Meziat, durante lançamento da política industrial do setor de brinquedos. "Continua sendo obsessão do governo aumentar a taxa de investimento, a formação de capital fixo no Brasil. Imagino que algumas medidas possam surgir nessa direção", disse.
Ele fez esses comentários em resposta aos empresários que pediam mais medidas de estímulo ao desenvolvimento, ao invés do estímulo ao consumo que vem sendo promovido pelo governo em resposta à crise. Os empresários disseram ainda que a crise tornaria necessário rever as metas da Política de Desenvolvimento da Produção (PDP), lançada pelo governo Lula. Meziat, porém, discordou desse ponto. Ele observou que o objetivo de elevar a taxa de investimento no país para 21% do PIB já tinha sido atingido antes da crise, depois sofreu uma leve redução, mas já se recuperou.
Ele informou que foi atingida a meta de elevar a participação das exportações para 1,25% do comércio mundial. Outra proposta é aumentar as exportações para US$ 208 bilhões, algo que ele acredita ser possível em 2010.
Veículo: Diário do Comércio - SP