Setor é incluído na política industrial para fazer frente à concorrência chinesa; programa prevê crédito e incentivos fiscais
Indústria se compromete a reduzir preço e gerar vagas; Paulo Bernardo afirma que governo estuda estímulo para mais setores
A indústria de brinquedos foi incluída ontem na política industrial do governo para fazer frente à concorrência de produtos chineses.
O programa prevê medidas como incentivos fiscais, crédito e apoio técnico. Hoje, 27 setores fazem parte da política industrial, entre eles eles o de construção civil, máquinas e equipamentos e a indústria automotiva.
Entre as principais medidas defendidas pela indústria de brinquedos, está a abertura de linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Umas das metas é o investimento de R$ 100 milhões em cinco anos, para aumentar o faturamento em 12%.
O setor espera elevar sua participação no mercado nacional dos atuais 55% para 65% das vendas, tomando o espaço das importações. Há ainda o compromisso de reduzir preços em 5% e gerar mil empregos.
De acordo com o presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista, além do crédito e da redução de custos, já estão sendo discutidas ações para pesquisa e desenvolvimento e aumento de vendas nas regiões mais pobres.
Outra questão é a defesa da concorrência. Segundo o executivo, hoje, um quilo de brinquedos entra no país pelo valor de US$ 8,70. O objetivo é chegar ao patamar internacional de US$ 10 até o final de 2010, apenas com ações de combate a fraudes fiscais. Em 2003, o valor era de US$ 1,10.
Mais incentivo
O governo federal estuda adotar novas medidas de estímulo a mais setores indústria, disse ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Estão em análise, segundo ele, formas de acelerar a recuperação de setores que vêm retomando a produção de forma mais lenta depois do baque provocado pela crise econômica mundial.
Entre os setores que vêm recebendo acompanhamento especial e que poderão ser contemplados, estão as indústrias de commodities metálicas, metal-mecânica e exportadoras.
"Estamos fazendo avaliações permanentes. Não há nada definido, mas, havendo necessidade e entendimento do governo, poderemos adotar algumas medidas", afirmou o ministro, no Rio de Janeiro.
Veículo: Folha de S.Paulo