O Grupo Pão de Açúcar quer expandir ainda mais suas vendas e fechar o ano acima de R$ 23 bilhões de faturamento - ou R$ 2 bilhões a mais do que no ano passado, que já tinha sido marcado por um salto na demanda dos consumidores.
Para alcançar essa meta, o grupo está de olho no segmento de não-alimentos, com destaque para eletroeletrônicos, um mercado que girou R$ 68 bilhões no ano passado. E uma das estratégias para crescer nesta área foi anunciada ontem: o Pão de Açúcar é o novo patrocinador da seleção brasileira de futebol. A marca Extra, do grupo, ganhou o direito de usar o título de patrocinadora oficial da seleção em todas as suas lojas.
O contrato foi fechado ontem entre Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e Abílio Diniz, presidente da rede de varejo, com previsão de durar um ano.
De acordo com José Roberto Tambasco, vice-presidente executivo do grupo, "a Copa do Mundo é mais um estímulo à venda de não-alimentos", o que a rede tem mostrado querer reforçar, estimulando, de alguns anos para cá, a venda de produtos como eletrodomésticos nos hipermercados Extra e no comércio eletrônico, com o Extra.com, além da aquisição recente da rede Ponto Frio.
De acordo com dados do próprio grupo, o mercado bilionário brasileiro de eletrodomésticos e eletrônicos deve dobrar nos próximos dois anos.
Em relação à aquisição e a mudanças, o executivo afirmou que esse tipo de varejo também aproveita a Copa e que estão fechando todo o plano de sinergia entre as duas redes. "Há um time do grupo que está trabalhando com o Ponto Frio, e nos próximos 30 ou 40 dias devemos anunciar como ficará o plano para a rede, tanto a operação quanto a abertura de novas lojas da marca." Por enquanto, somente o cartão de crédito do Grupo Pão de Açúcar é transversal, podendo ser usado também nas lojas do Ponto Frio.
Para Tambasco, a escolha da marca Extra como a que irá representar o grupo na seleção de futebol também vem em bom momento para a rede, que já estava impulsionando a marca Extra, bandeira que o grupo ainda está expandindo, além de ser a que tem maior capilaridade no País, presente em 14 estados. Ao todo, está prevista, até o final do ano, a inauguração de cerca de 100 lojas de todas as bandeiras da rede, a maior parte das quais será das marcas Extra Fácil, de supermercados menores, com 55 unidades, e de Assaí, braço da rede no chamado "atacarejo", com oito unidades. O investimento em expansão este ano é de R$ 280 milhões.
O patrocínio da seleção ainda pode estimular a venda e o desenvolvimento de novos produtos das marca própria da rede, com kits específicos de produtos da marca Taeq e Qualitá, que segundo a rede, já são líder ou vice-líder de vendas em 72% e 61% das subcategorias em que tem produtos.
Segundo o vice-presidente da rede, a expectativa para este semestre é de que as vendas em geral também continuem a ter boa performance.
Campanhas
A parceria com a CBF destaca ainda o comando de Abílio Diniz, que se mostrou satisfeito com o contrato e destacou que o grupo já investe em esportes, além de começar imediatamente com campanhas especiais. Apesar de se dizer um apaixonado por futebol, ele afirmou que a ideia do patrocínio não foi sua, mas que surgiu entre os executivos e a área de marketing da rede.
De novembro deste ano a julho do ano que vem, todo o calendário promocional do grupo e campanhas de marketing deverão estar ligados à seleção. "Vamos entrar com uma nova comunicação em todos as lojas da bandeira Extra, estão previstas também promoções, combinados e kits de produtos de marca própria."
Apesar do forte apelo promocional já previsto, no tocante a retorno financeiro esperado e valores envolvidos o empresário foi discreto: "Os valores investidos no patrocínio não podem ser divulgados; são importantes, mas estão dentro do dia-a-dia do grupo. Quanto ao retorno, ele sempre existe, mas não é direto. Resolvemos apoiar a seleção porque está de acordo com os valores da nossa empresa, apoiamos os brasileiros, é o nosso slogan", reforça Diniz. Fontes do mercado, porém, afirmam que o contrato seria no valor de cerca de R$ 5 milhões.
O Grupo Pão de Açúcar também já investia em esportes e tem até um time de futebol, o Pão de Açúcar Esporte Clube, que nasceu há seis anos.
Veículo: DCI