A produção brasileira de café deverá alcançar 39 milhões de sacas de 60 quilos em 2009, 15% a menos que em 2008, de acordo com o terceiro levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) sobre a nova temporada. A menor safra reflete a bianualidade da cultura, que a cada dois anos apresenta uma queda natural de produtividade. O último levantamento da Conab para este ano apontava uma oferta de 39,1 milhões de sacas.
A área plantada total atingiu 2,1 milhões de hectares. Minas Gerais continua como maior produtor, respondendo por 47,62% do total. Espírito Santo vem em seguida, com 23,61%.
Apesar da queda, a produção de 39 milhões de sacas é 8% maior que em 2007, período também marcado pela produtividade mais baixa. Em 2009, a produção de grão arábica ficará em 28,4 milhões de sacas, ou 72,81% do total, e o robusta atingirá 10,6 milhões de sacas.
Segundo Glauco Monte, especialista em grãos da FCStone, o fato de o Brasil colher uma de suas melhores safras em período de baixa produtividade não deverá exercer fator de pressão sobre o produto. "Em agosto, o mercado foi impacto por fatores macroeconômicos, como dólar e economia mundial."
Aproximadamente 90% da produção atual já foi colhida e 60% foram beneficiadas, segundo Monte. "A intenção do governo de tirar 10 milhões de sacas do mercado poderá dar suporte aos grãos", afirmou o analista.
Ontem, os preços futuros do café fecharam com ligeira alta. Na bolsa de Nova York, os contratos para dezembro encerraram a US$ 1,2460 a libra-peso, com elevação de 50 pontos. Em Londres, os contratos do grão para novembro fecharam inalterados em US$ 1.494 a tonelada. Em São Paulo, a saca de café de boa qualidade está cotada entre R$ 250 a R$ 260, de acordo com o Escritório Carvalhaes.
Veículo: Valor Econômico