Perdas causadas por fungos geram incertezas no PR

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Representantes de instituições de pesquisas, de produtores rurais e de seguradoras reuniram-se ontem na Secretaria da Agricultura do Paraná para tratar das causas do aparecimento dos fungos brusone e giberela nas plantações de trigo e discutir quem pagará a conta pelos prejuízos causados pela perda de produtividade do grão. Pesquisadores defenderam que o excesso de chuvas prejudicou o controle da doença. As seguradoras pretendem analisar cada caso individualmente, porque há cobertura para problemas climáticos, mas não contra doença que não foi tratada corretamente.

 

Na próxima semana deve ficar pronta uma nota técnica sobre o assunto, que será enviada para o Banco Central, para os ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário e para a Federação Nacional das Seguradoras. "A chuva foi atípica. O problema foi o clima", afirmou o coordenador do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Pedro Loyola. Para Wady Cury, diretor da seguradora Aliança do Brasil, há dúvidas sobre o que aconteceu. "É fácil ser bom e pagar e é fácil ser ruim e não pagar. Difícil é ser justo", disse ele, na reunião.

 

Há no Estado 10 mil "Proagros" contratados e, por enquanto, foram feitos 800 pedidos de cobertura. Cerca de 15% das lavouras de trigo contam com seguro privado. Pelos cálculos apresentados, se houvesse perda total do trigo, o desembolso das seguradoras superaria R$ 500 milhões. "Os pedidos de cobertura devem ser acelerados em setembro", prevê Loyola. Manoel Bassoi, diretor da Embrapa, contou que "nunca havia visto incidência de brusone" como a atual.

 

Ele relatou que as condições climáticas foram severas, as chuvas impediram o controle e mesmo os agricultores que fizeram uso de defensivos não tiveram sucesso. "Não é possível que milhares de agricultores sejam incompetentes." O cálculo das perdas ainda não foi fechado e, conforme os produtores, elas devem aumentar com as chuvas dos últimos dias.

 

Nei Cesconetto, gerente da cooperativa Coamo, , informou que a quebra deve chegar a 20% em algumas regiões. Irineu Baptista, gerente técnico da cooperativa Integrada, disse que as perdas passaram de 30% em volume, sem falar na qualidade. "O trigo não enfrenta só dificuldade de clima, mas também de preço e de mercado", disse Francisco Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná.
 


Veículo: Valor Econômico


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