Indústria e comércio tentam, hoje, convencer o governo a manter a isenção fiscal
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para máquinas de lavar, geladeiras, fogões e tanquinhos entra em sua última semana. Em vigor desde abril, a medida possibilitou à indústria e ao varejo retomar as vendas desses bens duráveis, afetadas pela crise financeira internacional. Hoje, representantes do setor reúnem-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega na expectativa de que o corte seja prorrogado até o fim do ano.
O governo reduziu o IPI das máquinas de lavar roupa de 20% para 10%, das geladeiras de 15% para 5%, dos fogões de 5% para zero e dos tanquinhos de 10% para zero.
A presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) - entidade que abrange as principais varejistas do País - e do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, manifestou “otimismo” quanto à possibilidade de renovação da medida após encontro com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.
O setor tentou sensibilizar o governo com a justificativa de que a prorrogação vai manter aquecido o mercado de trabalho da indústria da linha branca e do comércio, que é o segundo maior empregador do País. Na sexta-feira, Miguel Jorge voltou a dizer ser favorável à manutenção dos benefícios tributários concedidos aos produtos da linha branca. “A contratação de 6 mil empregados diretos e 28 mil indiretos pelas indústrias da linha branca compensou os R$ 300 milhões em desonerações”, afirmou. “Mas oficialmente sou contra a prorrogação dos benefícios. Eu sou contra até o dia em que a gente prorrogar.”
A Whirlpool, que reúne as marcas Brastemp e Consul, mantém desde o mês de maio uma taxa média de crescimento ao redor de 20%, ante queda de 6% nos quatro primeiros meses do ano. “Existe uma demanda muito grande sustentada pela redução do IPI”, disse seu diretor de Relações Institucionais, Armando Ennes do Valle Júnior.
Veículo: Jornal da Tarde - SP