As margens de lucro da Electrolux na América Latina registraram um forte aumento no terceiro trimestre, impulsionadas, sobretudo, pelo bom desempenho nas vendas no Brasil. "O mês de setembro foi espetacular e fez a diferença no trimestre", afirmou Ricardo Conz, diretor de marketing da multinacional sueca no Brasil. As varejistas de eletrodomésticos fizeram um esforço adicional de vendas para aproveitar a redução do IPI, estímulo que pode acabar. No caso das lavadoras de roupa, a Electrolux registrou um aumento de 30% nas entregas em setembro.
A indústria aguarda uma decisão do governo sobre a prorrogação da redução do IPI. "O Mantega afirmou que até o fim desta semana daria uma resposta", disse Conz, que participou ontem de uma reunião com o ministro da Fazenda sobre o assunto. A Electrolux, acrescenta, mantém um cenário otimista para o Natal qualquer que seja decisão. "Mesmo as vendas de itens que não tiveram redução de IPI, como microondas, cresceram, o que mostra que o consumo está aquecido", diz Conz.
Em seu relatório sobre o desempenho global no terceiro trimestre, a Electrolux fez menção ao bom desempenho do Brasil. Além da redução do IPI, a multinacional afirma que "a queda das taxas de juros e o maior acesso ao crédito também contribuíram para elevar o consumo". O grupo informa que também "ganhou participação de mercado" no Brasil.
Na maior parte dos países da América Latina, ao contrário, as entregas para o varejo continuaram caindo, disse a Electrolux. As vendas na região totalizaram 3,8 bilhões de coroas suecas (US$ 520,8 milhões) no terceiro trimestre - 41% mais do que em igual período de 2008. Nos nove primeiros meses do ano, a receita na América Latina cresceu 27,2%, para 9,8 bilhões de coroas (US$ 1,2 bilhão).
O desempenho operacional foi ainda mais surpreendente. No terceiro trimestre, a margem de lucro antes do resultado financeiro e impostos (Ebit) atingiu o pico de 8,3% na América Latina. Em igual trimestre de 2008, a margem havia sido de 6,7% e, no primeiro trimestre deste ano, de apenas 1,9%.
Mundialmente, os resultados da Electrolux também ficaram acima das expectativas, o que elevou em 11% as ações da empresa na bolsa de Estocolmo. O lucro líquido do grupo cresceu 92% no terceiro trimestre, para 1,63 bilhão de coroas (US$ 223,4 milhões). Para reduzir custos, fábricas na Europa Ocidental estão sendo transferidas para países mais ao Leste. A empresa vai fechar uma fábrica de lavadoras na Espanha e analisa o fechamento de uma fábrica sueca de fogões.
"Os resultados indicam que escolhemos a estratégia correta", disse o CEO, Hans Straberg, em comunicado. "Mas há ainda muito trabalho a ser feito." As vendas cresceram 4,8%, para 27,6 bilhões de coroas (US$ 3,8 bilhões) no trimestre. A receita subiu 5,8% na América do Norte. Na Europa, houve queda de 3,9%.
Veículo: Valor Econômico