Johnson&Johnson aposta em parcerias

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A Johnson & Johnson vai adquirir mais participações minoritárias e forjar alianças com companhias farmacêuticas rivais, num esforço para dividir os custos, que estão aumentando, e os riscos no desenvolvimento de medicamentos.

 

O diretor-presidente da companhia, William Weldon, disse ao "Financial Times" que "o custo de desenvolvimento ficou tão alto e os riscos são tão grandes que estamos buscando o compartilhamento de riscos e oportunidades, e procurando mais e mais parcerias".

 

Suas declarações refletem uma tendência recente que vem sendo verificada até mesmo nas grandes e lucrativas companhias farmacêuticas, de se buscar maneiras de dividir os custos em potencial, além dos lucros, na demonstração da segurança e eficácia de novos medicamentos para as autoridades reguladoras, e para se chegar a um entendimento com os sistemas de saúde quanto ao reembolso.

 

Weldon enfatizou que no momento não está considerando nenhum acordo, mas que a reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos vem aumentando as incertezas quando ao desenvolvimento de novos medicamentos. "Haverá um compartilhamento de riscos cada vez maior porque os ganhos poderão ser espetaculares."

 

Os comentários foram feitos em uma entrevista recente concedida depois que a Johnson & Johnson firmou alianças que envolvem a aquisição de uma participação de 18% na Elan, companhia de biotecnologia da Irlanda, que trabalha no desenvolvimento de medicamentos de combate ao mal de Alzheimer e da esclerose múltipla, e investimento parecido na Crucell, fabricante de vacinas da Holanda.

 

Numa direção diferente, a J&J também firmou no terceiro trimestre aliança com a Gilead, uma companhia de biotecnologia dos Estados Unidos, para a realização de testes conjuntos de um medicamento contra o HIV de uso diário que combina o medicamento experimental TMC278 da J&J com o Truvada da Gilead.

 

A J&J administra de perto as subsidiárias das três divisões que cobrem as áreas de cuidados com a saúde do consumidor, equipamentos médicos e medicamentos. Isso permite a essas unidades manter autonomia considerável. Mas no geral ela prefere adquirir essas companhias e centralizar as operações de apoio administrativo.

 

Um número crescente de grandes companhias farmacêuticas, que normalmente assumem o controle pleno do desenvolvimento de medicamentos, vem firmando parcerias parecidas para dividir os riscos. Entre elas estão a GlaxoSmithKline (GSK) e a Pfizer, que estão combinando em uma joint venture suas operações com medicamentos de combate à AIDS que elas já possuem e os que ainda estão em fase experimental.

 

A Bristol-Myers Squibb firmou acordos com a AstraZeneca, para o desenvolvimento conjunto de medicamentos de combate ao câncer, e com a Gilead para combater a AIDS. Como resultado de seu acordo com a Elan, a J&J também passou a ter ligações com os atuais parceiros da Elan, a Biogen Idec e a Wyeth, hoje parte da Pfizer, e com a qual está desenvolvendo medicamentos de combate ao mal de Alzheimer. Nos acordos com a Elan e com a Crucell, a J&J concordou em manter inalteradas suas participações acionárias nas companhias nos próximos anos.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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