Varejo investe em arquitetura e visual para ampliar vendas

Leia em 3min 50s

Investir no planejamento estratégico do ponto-de-venda (PDV) para melhorar a interação consumidor-loja é a nova arma dos empresários varejistas, como a Chicco, rede italiana especializada na comercialização de produtos infantis que incorporou 14 unidades da antiga Babylândia e espera crescer 35% até o fim de 2010 com o projeto de renovação das lojas. A ideia da empresa foi reformular a arquitetura, além de adotar um novo layout e utilizar um corner (canto exclusivo) que abrigará toda a linha de produtos da marca, organizados por idade e gênero e tipo de produto. Com o novo conceito, a empresa espera melhorar a exposição dos produtos e facilitar o atendimento ao cliente.

 

Mês passado, a unidade Chicco do Shopping Morumbi, em São Paulo, foi totalmente reformulada para receber o conceito spider chicco, que consiste na troca dos móveis que formam um corner dentro da loja e expõem toda a linha de produtos, explica Paulo Solimeu, diretor-geral da empresa no Brasil.

 

Segundo Solimeu, serão investidos três milhões de euros, para ter todas as lojas da rede reposicionadas com o novo layout, nos próximos dois anos. "Crescemos 30% ao ano e com esse projeto pretendemos aumentar mais 30% ou 35% em 2010", conta o diretor.

 

Além de mudar o visual dos pontos-de-venda, a Chicco pretende investir no segmento têxtil e transformar o Brasil em um país estratégico a partir do qual exportará toda a sua linha a outros países das Américas. "Por enquanto comercializamos apenas itens da linha dura: brinquedo, carrinho, mamadeira e chupeta. Até agora a roupa vendida era toda importada de países como Itália, China e Índia. Agora nós estamos começando um projeto piloto: o de trabalhar com linhas de roupas", declarou Paulo Solimeu. Para ele, a ideia é fortalecer a marca para começar a franquear daqui a 24 ou 36 meses.

 

Visual moderno

 

Outra varejista que aposta na reformulação arquitetônica dos pontos-de-venda como forma de atrair os clientes é a Scala, rede de franquias do Grupo Scalina, especializada em roupas femininas. A proposta envolve uma expansão para chegar a 150 lojas com o novo conceito, até 2012. Apenas neste fim de ano, 11 novas lojas serão abertas em shopping centers de todo o País.

 

"Nesta nova loja vamos colocar objetos de madeira de estilo rústico, cores mais escuras e equipamentos mais modernos", conta o gerente de Marketing da empresa, Marcos Giantaglia.

 

Segundo o executivo, as novas lojas da rede terão um visual mais moderno, baseado também em modelos estrangeiros de pontos-de-venda do segmento de moda feminina. Para isso, foram investidos R$ 340 mil na trasformação da loja instalada no Shopping Anália Franco, na capital paulista. Esta foi a primeira da rede a receber o novo conceito, que promete dar mais visibilidade aos produtos e facilitar o visual merchandising.

 

"Com certeza uma loja bem arrumada e com design diferenciado atrai o consumidor", acredita Marcos Giantaglia.

 

Cores

 

Atualmente, com a competitividade acirrada, apostar no uso correto das cores pode atrair clientes, por tornar o processo da compra muito mais agradável, explica Gilberto Strunk, especialista em identidade visual.

 

"A cor escolhida para o ponto-de-venda é capaz de estimular o cliente a até gastar mais. Porém, quando for mal escolhida, ela poderá afastá-lo para sempre da loja. Cores vivas, luminosas, relacionam-se a emoções positivas, enquanto as escuras, às negativas", conta Strunk.

 

Outra questão importante a ser verificada é para quem se dirige a fazer comunicação aos adultos, crianças ou idosos. "Isso faz toda a diferença na hora de pensar em cores", diz Strunk.

 

Segundo Kátia Bello, arquiteta e diretora da Opus Design, criar uma loja direcionada para o cliente é fundamental para criar uma identificação entre o consumidor e a loja, para fidelizá-lo. Para isso é importante que se pense cada detalhe do PDV: da organização dos produtos, tons de cores à iluminação do ambiente.

 

"Às vezes, menos é mais. Muita informação atrapalha o consumidor na tomada de decisão. Ao planejar o layout é preciso focar o sistema de atendimento que o lojista vai dar, mas também é preciso pensar no tipo de produto que será exposto. Levando esses fatores em conta é possível criar um ambiente em acordo com o perfil do cliente e com a identidade da loja", argumenta a arquiteta.

 

Veículo: DCI


Veja também

Moinho Paulista tem nova marca

Nita Alimentos é a nova assinatura da marca de varejo Moinho Paulista, que investiu no lançamento do Panet...

Veja mais
J.Macêdo investirá em Minas

A J.Macêdo, uma das maiores empresas de alimentos do País, investirá R$ 34 milhões na expans&...

Veja mais
Mantega pede empregos para renovar IPI reduzido

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a eventual prorrogação da redução do I...

Veja mais
Celular é nova fronteira do marketing

O último relatório divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostro...

Veja mais
Alta na venda de lácteos da Danone no 3o tri supera estimativas

O grupo de alimentos francês Danone informou que cortes de preços e publicidade ajudaram a acelerar a recup...

Veja mais
Quase pronta a decoração das lojas para o Natal

Para shoppings, grandes companhias e hotéis, já é Natal há semanas. E para as prestadoras de...

Veja mais
Nestlé quer chegar ao consumidor

A multinacional Nestlé lançou em 2005, um projeto denominado 'Nestlé Até Você', em que...

Veja mais
Danone planeja gastar 1 bi de euros na compra de empresas

Alimentos: Intenção da multinacional é adquirir companhias de pequeno e médio porte em pa&ia...

Veja mais
J&J usa experiência do Brasil para entrar em novos mercados

Estratégia: Companhia integra centros de tecnologia para desenvolver produtos para países emergentes &nbs...

Veja mais