O jeito zen de fazer negócios

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Ter um negócio de produtos ou serviços "zen" pode fazer bem ao bolso, além do espírito. Consumidores de poder de compra mais elevado, que já possuem os bens de que precisam, estão em busca de saúde, sensação de relaxamento e de maneiras diferentes de se relacionarem com as marcas. Seguindo essa tendência, as lojas de varejo do segmento de bem-estar ganham cada vez mais adeptos. É uma boa hora para investir nesse segmento, segundo consultores, desde que o empreendedor se aprofunde no conhecimento do que vai oferecer ao consumidor, com estudo e atualização constante do que está sendo oferecido.

 

O consultor Marco Quintarelli, do Grupo AZO, lembra que a busca da saúde do corpo e da mente são tendências mundiais, aliadas às práticas sustentáveis. "Cada vez mais, os produtos funcionais conquistam seu espaço na vida de nossa sociedade, junto com tratamentos alternativos. Tudo voltado à uma perspectiva de mudança de dentro para fora. A sociedade está buscando mais respostas para uma vida feliz e saudável", define.

 

Construir uma loja personalizada e segmentada, para Quintarelli, é o melhor jeito de investir nesse segmento. Como principais nichos, o consultor aponta o de alimentos e bebidas saudáveis (orgânicos, fitoterápicos, funcionais, sem glúten, light, diet) e tratamentos de medicina e terapias alternativas (medicina chinesa, fitoterapia, shiatsu, yoga e cromoterapia). Segundo ele, é preciso conhecer profundamente o que vai ser oferecido; ter certificação de origem tanto para o produto, o bem a ser vendido, como para o serviço oferecido e, acima de tudo, a qualidade percebida, pois este consumidor costuma ser mais exigente e quer resultados comprovados.

 

A loja de roupas para prática de yoga, Be Yoga, criada há sete anos por duas praticantes da mistura de meditação e ginástica indiana. A idéia veio da dificuldade das donas de encontrarem roupas para essa prática. Segundo Andrea Pedrinola, o objetivo era fazer uma roupa esportiva que também tivesse estilo, qualidade e conforto. Para isso, ela pesquisou em workshops de yoga nos Estados Unidos, onde encontrou grande variedade e oferta de produtos para esse segmento.

 

"A Be Yoga está em seu primeiro ano, mas percebemos a aceitação da cliente, a total identificação com a marca. Acho que esse comportamento está diretamente ligado à mudança do consumidor. A yoga vem se tornando mais popular no Brasil", explica Andrea, acrescentando que a Be Yoga se estabilizou em São Paulo e agora experimenta a aceitação do consumidor carioca, em 2010, a idéia é levar a marca para outros estados brasileiros.

 

O ponto positivo desse meio é a versatilidade de produtos, como mostra a loja de decoração Arkana, em Botafogo, no Rio de Janeiro. A loja começou sua em 1997 em Itaipava, com foco em artesanato. Com o passar do tempo, a loja foi se diversificando em termo de produto. Em 2003, se mudou para o Humaitá. Hoje, chega a expor trabalhos de mais de 150 artistas. Segundo o proprietário, Ricardo Mourthé, os objetos místicos se integraram naturalmente aos produtos da loja e hoje são os acessórios mais procurados na loja, principalmente os de aromoterapia.

 

"Com certeza, o mercado que envolve produtos "zen" tem crescido bastante. Hoje muitas pessoas andam muito estressadas, com trabalho, dinheiro, trânsito que até esquecem te ter um tempo só para elas. Por isso, quero manter a linha de trabalho. O retorno tem sido muito favorável", destaca Mourthé.

 

O setor de alimentação também tem exemplos do comércio dos produtos que prometem vida mais saudável. A Taeq foi lançada em 2006, depois de um ano de muitos estudos e pesquisas. É um produto do Grupo Pão de Açúcar, que notou o crescimento de um novo nicho social: o de consumidores em busca de melhor qualidade de vida obtida pela alimentação mais saudável. Daí a origem da palavra Taeq, que vem da união da palavra oriental 'Tao', que significa equilíbrio, e 'Eq', de energia vital. Um total de R$20 milhões foi aplicado na criação da marca, que hoje é um dos carros chefes de vendas da empresa.

 

Segundo a gerente de projetos da Taeq, Isadora Sbrissa de Campos, a aceitação dos consumidores foi positiva. Isso, de acordo com Isadora, reflete o cuidado da empresa em oferecer um grande leque de itens e serviços, que são sustentados não só pelo cuidado e qualidade na seleção de produtos, mas também por uma estruturada ação com foco na informação, seja por meio de programas, como palestras e cursos, ou a utilização do ponto de venda e embalagens.

 

"O consumo deste tipo de produto cresce a cada dia. O nível de fidelização da marca é muito alto. Por causa disso, a Taeq que antes era uma marca transversal a todas as redes do Grupo Pão de Açúcar - Extra, Pão de Açúcar, Sendas e CompreBem - está ganhando espaços exclusivos de venda de produtos. O conceito se chama store in store e já está presente em unidades da empresa em São Paulo, Fortaleza e Brasília. No Rio, a primeira loja Taeq foi aberta no Extra Barra, com 100m2 de área e venda de mais de 1.000 itens", comemora Isadora.

 

A empresa busca "opções que ofereçam mais bem-estar ao público, seja na área de nutrição, esporte, decoração ou beleza/higiene". Ao todo são 600 produtos para clientes ávidos por "equilíbrio, bem-estar, saudabilidade, consumo consciente, conforto e segurança e elevação da auto-estima". Entre os alimentos estão barrinhas de cereais, isotônicos, massas, iogurtes, queijos, achocolatados, congelados e carnes. Também há roupas de ginástica, linha conforte e de cama e banho, com tecidos de alta tecnologia, além de produtos de higiene e beleza como sabonetes, shampoos, condicionadores e cremes de pele.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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