Comércio muda as estratégias

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Varejistas do centro da Capital se adaptam às novas restrições para carga e descarga.

 

Os comerciantes do centro da Capital se apressam para se adaptar às novas regras de circulação e operação de carga e descarga de caminhões, em vigor desde 13 de outubro. Segundo o diretor do Conselho Regional da Câmara de Dirigentes Lojistas do Hipercentro, vinculada à Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcos Innecco, para se adequarem à nova determinação, empresários estão abrindo as lojas mais cedo, outros estão contratando pessoal e alguns estão tentando autorização especial junto à Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) para descarregar as mercadorias em outros horários.

 

Isso porque a BHTrans começa a multar os varejistas e motoristas que contrariarem as leis a partir de janeiro de 2010. O horário que restringe o tráfego de veículos com capacidade acima de 5 toneladas e comprimento superior a 6,5 metros passou a ser, de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, e não mais das 11h às 20h. Aos sábados, o impedimento passou das 11h às 15h para 7h às 15h.

 

De acordo com o presidente do Mercado Central, Macoud Patrocínio, não vai ser possível os 400 lojistas do estabelecimento decarregarem os caminhões no período estipulado pela empresa que gerencia o trânsito na cidade. "Vamos apresentar uma proposta para a BHTrans para que ela abra exceções", adiantou.

 

Ele ressaltou que não vale a pena, em alguns casos, substituir um caminhão grande por vários veículos pequenos. "Apenas um caminhão consegue transportar a carga pedida de copo descartável, por exemplo. Para cumprir a nova legislação, cinco caminhões menores terão que fazer o transporte do mesmo número de copos", acrescentou.

 

De acordo com o presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de Belo Horizonte (ACHBH), Pedro Bacha, as mudanças não estão afetando somente os comerciantes, mas também os consumidores. "As lojas terão que aumentar o preço dos produtos devido à elevação no custo do frete, além de contratar mais funcionários para receberem as mercadorias no período noturno", afirmou.

 

Segundo o diretor financeiro do Mercado Central e proprietário da loja do Nem, José Agostinho, em outubro, o frete para entrega de produtos de utilidade doméstica, que é o seu caso, aumentou entre 4% e 5%. "A carga vem de São Paulo em um caminhão grande e em Belo Horizonte ela tem que ser transferida para um veículo menor, que vai fazer a entrega. Antes da nova regra, o transporte era direto", explicou.

 

Para contornar as dificuldades impostas pela nova determinação, as Lojas Americanas, segundo sua assessoria, contratou mais 15 funcionários para as unidades do centro, sendo que 11 deles vão trabalhar na rua São Paulo e quatro no Shopping Cidade. Eles foram escalados para receber as mercadorias durante a noite. A descarca acontece das 22h às 6h. Segundo a empresa, a Polícia Militar foi notificada para dar apoio na segurança durante o processo de descarga.

 

Na avaliação de Bacha, alterar o horário de circulação dos caminhões de grande porte no centro da cidade não é a melhor saída para organizar o trânsito. "A BHTrans deveria diminuir os estacionamentos rotativos. Hoje, na região central, existem 16.500 vagas rotativas", disse.

 

Segundo o coordenador de Projetos de Trânsito da BHTrans, José Carlos Medanha Ladeira, a alteração é apenas a primeira etapa de um projeto mais amplo, que visa desafogar o trânsito no hipercentro. Conforme ele, a proposta abrange a área central, compreendida pela avenida do Contorno e pelos corredores de acesso à via.

 

Na primeira fase está sendo contemplado o hipercentro, que engloba as ruas Rio Grande do Sul, Guajajaras, Aymorés, Timbiras e Pernambuco, e as avenidas Bias Fortes, Álvares Cabral, Andradas e Contorno, além de Alameda Ezequiel Dias. As próximas estapas irão abranger o restante da região central e os principais corredores de tráfego da Capital.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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