As vendas reais nos supermercados do país cresceram 2,77% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já em relação a janeiro deste ano, o faturamento do setor recuou 7,10%. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado dos dois primeiros meses de 2011, as vendas aumentaram 3,24% em relação ao mesmo período do exercício anterior.
Em valores nominais, o índice apresentou crescimento de 8,95% em fevereiro em relação a fevereiro de 2010 e queda de 6,35% sobre janeiro deste ano. O acumulado nominal, no bimestre o indicador atinge 9,44%, na comparação ao mesmo período do ano passado.
"A queda apresentada em relação a janeiro era esperada. Isso ocorre todos os anos pelo fato de fevereiro ter 28 dias, ou seja, três a menos que o mês anterior. Além disso, consideramos este um momento de acomodação. O aumento do endividamento das pessoas com as contas extras do início do ano contribui para que haja redução do consumo", avaliou o presidente da Abras, Sussumu Honda.
O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, itens de limpeza e beleza, medido pela empresa de consultoria GfK, apresentou queda de 1,74% em fevereiro ante janeiro, chegando a R$ 298,68. Na comparação com fevereiro de 2010, o valor da cesta avançou 11,34%. Os itens com maiores altas em fevereiro ante janeiro foram os agrícolas, com destaque para o tomate (aumento de 10,84%). As maiores quedas no período ficaram com feijão (-7,64%), carne traseira (-5,60%), batata (-3,77%) e pernil (-3,99%).
Honda: queda apresentada em relação a janeiro era esperada
Páscoa - Ainda de acordo com a pesquisa da Abras, os supermercados devem registrar um crescimento de 10,6% nas vendas de produtos ligados à Páscoa em 2011. Segundo o levantamento, a comercialização no período - segunda melhor data do ano para o setor - deve ser maior que a de 2010 para 77,6% dos entrevistados. Para 18,4% deles, os negócios ficarão no mesmo patamar e apenas 4,1% acreditam em queda em relação ao ano anterior.
Conforme a associação, todos os produtos pesquisados tiveram aumento de encomenda em 2011. O principal destaque é o bacalhau, com alta de 11,8% nos pedidos, seguido por peixes em geral (11,7%), ovos de Páscoa (9,7%), refrigerantes e cervejas (8%), azeites (7,8%), chocolates em geral (6,7%), vinhos nacionais (6%), importados em geral (5,8%), vinhos importados (5%) e colomba pascal (3,7%).
Na comparação dos preços atuais com os da mesma época de 2010, todas as mercadorias analisadas registraram aumento, tendo as cervejas apresentado a maior alta (10%), seguidas por refrigerantes (8,4%), peixes em geral (6%), ovos de páscoa (5,7%), chocolates em geral (5,5%), vinhos nacionais (4,8%) e colomba pascal (3,8%). Os produtos estrangeiros também estão mais caros: importados em geral (2,3%), vinhos importados (2%), bacalhau (1,4%) e azeite (0,3%).
Apesar dos aumentos de preço, o presidente da entidade está confiante. "Estamos otimistas. A Páscoa de 2011 tem tudo para ser ainda mais farta do que foi a de 2010. Destaque para o bacalhau e peixes em geral, cujas encomendas dos supermercadistas junto aos fornecedores cresceram acima de 10%", disse Honda, estimando um crescimento de 10,6% nos negócios ligados à data comemorativa deste ano. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG