Supermercados regionais crescem mais rápido no sul

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Enquanto os supermercados esperam um aumento de 4,2% nas vendas deste ano, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), o crescimento do setor pode chegar a 6% no Rio Grande do Sul, que fechou o ano passado com um resultado de R$ 13 bilhões - 8,3% a mais que em 2009.

 

A expectativa também é positiva nos outros estados da região, onde a evolução do setor superou, em 2010, a média nacional (de 4,2%, igualmente à previsão deste ano). Mas os supermercadistas regionais se preocupam com o alto nível de endividamento dos brasileiros e com as medidas de contenção do consumo, promovidas pelo governo federal para conter a inflação.

 

"As facilidades de crédito animaram os consumidores, que se endividaram mais. Vamos torcer para que os efeitos deste fenômeno não atinjam os supermercados", declarou o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Adriano Manoel dos Santos. O representante preferiu não arriscar um número para 2011, mas o avanço nas vendas foi de 6,9%, em Santa Catarina, em 2010.

 

As empresas catarinenses de supermercado acompanham de modo vigoroso a evolução do setor. Com 11 lojas no estado, a rede Giassi cresceu 14,8% e faturou cerca de R$ 790 milhões em 2010. Para este ano, as pretensões vão além: "Temos uma projeção em torno de R$ 940 milhões. Significará um crescimento de 12%", disse o gerente de logística e planejamento da companhia, José Roberto Sampaio, que aponta para um novo perfil de cliente, caracterizado pela recente ampliação do poder aquisitivo.

 


No sul, supermercado cresce acima da média

 


O setor supermercadista da Região Sul do Brasil, que ano passado enriqueceu acima da média nacional, projeta um resultado ainda vigoroso para este ano. Embora leve em conta o alto endividamento dos brasileiros e as medidas de contenção de crédito, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) espera um aumento de até 6% nas vendas, enquanto a expectativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é de apenas 4,2%.

 

Os supermercados gaúchos faturaram aproximadamente R$ 13 bilhões em 2010, ou seja, 6,5% dos R$ 201,6 bilhões movimentados pelo setor inteiro.

 

O percentual de crescimento foi superado, no ano passado, pelos supermercados sulistas, de acordo com os resultados divulgados pelas associações estaduais de Santa Catarina (6,9%), Rio Grande do Sul (8,3%) e Paraná (estimam-se, 10%).

 

"O resultado não foge à regra: crescimento da renda dos brasileiros, ascensão das classes e uma nova preferência do consumidor, em datas especiais, de ir com a família comprar presentes no supermercado", analisou o presidente da Agas, Antônio Cesar Longo. Segundo o representante, os estabelecimentos passam por um momento de adaptação às novas demandas do consumo, caracterizadas pelo cliente que vem das classes emergentes.

 

Dois fatos chamam atenção na balança anual da associação gaúcha: o primeiro é que as médias empresas tiveram maior desempenho em 2010, com crescimento de 9,7%, enquanto as grandes enriqueceram 7,9%, e as pequenas, menos ainda (5,9%). "Os supermercados de médio porte têm maior rapidez para se adaptar ao novo perfil de cliente, no design e no mix de produtos, por isso cresceram mais", justificou Longo.

 

O outro dado se refere ao vigor econômico dos modelos de "atacarejo" (estabelecimento que vende no varejo por atacado) e cooperativismo, que se mostraram bastante lucrativos. Exclusivas entre os supermercados, duas "atacarejistas" faturaram R$ 252 milhões em 2010. Já as 24 cooperativas gaúchas do setor somaram R$ 961 milhões na conta final. "O modelo é forte no Rio Grande do Sul", afirmou Longo.

 

Este ano, a Agas - entidade que representa 85% do negócio no estado, quer dizer, 327 empresas ativas em 128 cidades - espera mais crescimento, mas não tanto que atinja os 8% do ano passado. Afinal, o endividamento cresceu no Brasil e o governo cria medidas para reduzir o consumo, já que a inflação ameaça o equilíbrio econômico do País. "A expectativa é um pouco menor - de 4% a 6% -, mas o mercado está bem abastecido e competitivo", disse o presidente da associação.

 

Das empresas associadas à Agas, 87 anunciaram investimentos em 2011, seja em reformas ou na inauguração de novos pontos. Um dos casos é o do Grupo Zaffari, que cresceu 18% e faturou R$ 2,5 bilhões em 2010. A companhia pretende abrir, no segundo semestre deste ano, uma unidade em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Este ano, a rede deve manter a mesma média de crescimento.

 

Santa Catarina

 

No estado vizinho, o índice de vendas cresceu 6,9% no comparativo entre 2009 e o ano passado. Os supermercados catarinenses tiveram o segundo melhor resultado comercial dos últimos sete anos (em 2008, cresceram 9,9%), período em que o desempenho do setor foi continuamente avaliado. O último mês de 2010, quando a atividade comercial subiu 32,9%, em relação a novembro, impactou o resultado final.

 

Há, contudo, certa preocupação dos empresários com o nível de inadimplência, que cresce no País. "As facilidades de crédito animaram os consumidores, que se endividaram mais em 2010. Vamos torcer para que os efeitos deste fenômeno não atinjam os supermercados", declarou o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Adriano Manoel dos Santos.

 

O representante disse que, o setor supermercadista de Santa Catarina permanece otimista e projeta resultados positivos para este ano. "Com a melhora da renda, o brasileiro vai consumir mais e poderá acrescentar na sua cesta de compras itens que antes não entravam nela", projetou Santos.

 

Com 11 lojas no estado e 4.200 colaboradores, a rede Giassi cresceu 14,8% e faturou cerca de R$ 790 milhões em 2010. A companhia figura entre as 20 maiores empresas do setor, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), e ocupa o segundo lugar no ranking da Acats. O gerente de logística e planejamento da rede, José Roberto Sampaio, informou que o movimento de clientes da Giassi cresceu 9% no ano passado.

 

"É evidente que percebemos um crescimento na venda de itens que têm a ver com a ascensão das classes de baixa renda", disse Sampaio. "No entanto, sempre estivemos alinhados com o potencial de compra dos nossos clientes, o que tem boa repercussão entre eles", completou. Nesse pormenor, a companhia mantém o seguinte lema: "Pequenos preços, grandes amigos".

 

O gerente de Logística e Planejamento afirmou que, para atender ao novo perfil de cliente, caracterizado pelo recente aumento do poder aquisitivo, a rede Giassi busca oferecer opções diversas de cada produto, compondo uma gama de mercadorias congêneres que sirva, ao mesmo tempo, a consumidores de diferentes orçamentos.

 

Para este ano, a expectativa de crescimento da companhia é um pouco menor, em relação ao avanço obtido em 2010 (14,8%). "Temos uma projeção em torno de R$ 940 milhões, que pode ser ajustada ao longo dos trimestres, em razão do comportamento evolutivo das vendas. Significará um crescimento de 12%", expôs Sampaio. Além disso, e empresa planeja a abertura de mais uma loja, em Florianópolis, a capital de Santa Catarina.

 

Reformas nos supermercados da rede e aprimoramentos no sistema de logística também fazem parte dos planos da Giassi para 2011, de acordo com o gerente. "Estuda-se sempre a adequação do mix de produtos em função do comportamento do consumidor e das tendências de mercadorias", detalhou Sampaio.

 

Paraná

 

Ao contrário das outras entidades sulistas do setor, a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) ainda não divulgou o balanço comercial de 2010. No entanto, a instituição declarou-se otimista ao longo do ano passado, com a expectativa de fechá-lo com alta de 10% no resultado. Se a estimativa se houver concretizado, ainda que parcialmente, o resultado terá sido o melhor dos três estados que compõem a Região Sul do Brasil.

 

Veículo: DCI

 


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