A nova meta das empresas e especialistas do ramo supermercadista é reduzir a quase a metade as perdas do setor, cujo faturamento líquido já é estimado em mais de R$ 2,6 bilhões este ano, sendo que no ano passado 2,32% desse volume foram de prejuízos. A preocupação com o assunto chamou ontem a atenção dos representantes do setor, reunidos durante o Superrmeeting Perdas e Lucratividade, realizado em São Paulo na sede Associação Brasileira de Supermercadistas (Abras). De acordo com a entidade, os furtos já respondem por 40% das perdas obtidas nos supermercados de todo o território nacional. Além disso o Brasil está entre os países onde há mais prejuízos decorrentes por esse tipo de ato ilícito.
Segundo a entidade, a ideia é organizar uma força-tarefa para obter crescimento real nas ações de redução de perdas, já que a queda foi de apenas 0,1% em 2010, em relação a 2009. "A meta é reduzir as perdas obtidas nos supermercados brasileiros para 1,95% no próximo ano", afirmou Aguinaldo Marques, gestor das áreas técnicas e responsável no Brasil pelo Comitê Latino Americano de Estudo de Perdas.
O percentual é o patamar a ser levado para a convenção da entidade, marcada para setembro próximo. "Sabemos que a prevenção de perdas não depende de grandes investimentos, porque muito pode ser feito, alterando e melhorando os processos na operação da loja. Isso inclui investir em tecnologia e em pessoal capacitado", justifica Sussumu Honda, presidente da Associação.
Conforme o levantamento feito pelo Centro de Pesquisa do Varejo, intitulada "Barômetro Global de Furtos no Varejo", do total de registros contabilizados por lojistas em 2010, 32,8% foram atribuídos a furtos por clientes, 43,4% a furtos por funcionários e 7,6% a fraudes envolvendo fornecedores e vendedores. Por meio de seu Comitê de Prevenção de Prevenção de Perdas, instalado em maio de 2010, a Abras tem investido em estratégias que contribuam para a disseminação de informações e demonstrem ao supermercadistas a importâncias de se investir em tecnologia de informação.
Em 2009, houve investimento em estratégias de prevenção em 69,6% das empresas supermercadistas. Do total, 13,40% foram destinados a aquisição de equipamentos. Bebidas destiladas, carnes e produtos que possuem um mercado secundário (pilhas, artigos de perfumarias, CDs) são os principais itens furtados nos supermercados brasileiros.
"Quanto menor o item, maior a probabilidade de ele ser furtado, por conta da procura no mercado paralelo", explica Aguinaldo Marques. Para o representante da Abras, a principal deficiência do setor ainda refere-se aos reduzidos investimentos aplicados em capacitação profissional e ausência de programas de treinamento no varejo. Além dos furtos, a Abras identifica ainda outras perdas na venda de produtos decorrentes de problemas relacionados à falhas no setor de armazenagem e estoques. "Os produtos perecíveis respondem por 4,5% dos prejuízos obtidos nos supermercados", observa Marques.
Outros problemas que foram relatados durante o evento da Abras foram subscalonamento de mercadorias (produtos registrados por outro de menor preço) utilização de embalagens pouco resistentes, registros incorretos dos produtos, erros nas conferências dos estoques , erros nas escolhas dos fornecedores e recebimento de produtos com características suspeitas.
Para reduzir o problema de prejuízos, as grandes redes chegam a investir 30% do seu lucro em tecnologia, com destaque para o Circuito Fechado de televisão. Segundo o Programa de Administração de Varejo (Provar), outro conceito que se cresce entre os donos de supermercados é a elaboração de códigos de ética, distribuídos aos funcionários, que disseminem as boas práticas de conduta. A Abras também está investindo na elaboração de elaboração de uma cartilha que ofereça dicas para reduzir os danos, a ser distribuídos ente as empresas da área. Investir em equipamentos de segurança, controlar os estoques, definir uma área confinada para controlar os estoques, definir metas de redução de perdas, implantar uma checklist capaz de avaliar se todas as rotinas preventivas estão sendo cumpridas e estabelecer um programa de incentivos levando em consideração a nota de qualidade e o resultados das perdas são algumas dicas oferecidas aos lojistas pela Abras.
Ministra
Ainda no comércio varejista, a notícia que tem ganhado os holofotes é sobre a empresária Luiza Helena Trajano, dona da Magazine Luiza, que escreveu na manhã desta quarta-feira em sua conta no Twitter que ainda não aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para comandar a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. "Incentivar o desenvolvimento da micro e pequena empresa sempre foi minha missão pessoal. Estou lisonjeada com o convite feito pela presidenta Dilma."
Veículo: DCI