Setor supermercadista optou pelo incentivo ao uso de sacolas reutilizáveis aliada ao processo de orientação ao consumidor
O presidente da Abras, Sussumu Honda, participou a convite da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, de audiência pública para debater o uso de sacolas plásticas e a destinação correta do lixo derivado das embalagens que não possuem tecnologia de biodegradação, que pode se caracterizar como crime ambiental. Honda: " o setor supermercadista optou pelo uso de “sacolas reutilizáveis” aliada a processo de educação do consumidor"
No debate, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), autor da proposta, disse que apresentará um projeto de lei para baixar o preço das sacolas biodegradáveis. O objetivo é estimular a redução no Brasil do uso das sacolas plásticas, que são nocivas ao meio ambiente.
"O caminho é o incentivo fiscal para as empresas e instituições que estiverem agindo socioambientalmente de uma maneira positiva”, explicou o deputado. “Geralmente, tecnologias como essa [as sacolas ecológicas] são mais caras e, com redução de impostos, podemos tornar os produtos iguais perante o mercado e incentivar que não tenhamos uma poluição tão grande como temos pelo plástico hoje", completou.
Durante a audiência, o presidente de Abras, Sussumu Honda, disse que o setor optou pelo uso de “sacolas reutilizáveis” aliada a processo de educação do consumidor e citou exemplos de regiões como Xanxerê, Jundiaí e Belo Horizonte, que conseguiram reduzir o uso de sacolas plásticas. “Cada vez mais as redes supermercadistas criam suas campanhas de redução/eliminação de sacolas, que favorecem a conscientização do consumidor”, destacou Honda.
O deputado Francischini disse que antes de apresentar o projeto vai sugerir mais um debate, desta vez com a participação de representantes da indústria de sacolas plásticas. O deputado está preocupado com o impacto na natureza do descarte indevido das sacolas plásticas, caracterizando crime ambiental.
Alternativa ecológica
As sacolas biodegradáveis produzidas a partir do milho poderão ser uma solução tanto para o meio ambiente como para o agronegócio, segundo defenderam participantes da audiência desta quarta-feira.
A tecnologia francesa do bioplástico, que já é usada na Europa, na China e na Índia, foi apresentada durante o debate.
Enquanto o plástico tradicional pode demorar até 500 anos para desaparecer na natureza, o bioplástico leva apenas 120 dias. Segundo os fabricantes, o milho representa de 30% a 50% da composição das sacolas biodegradáveis. De acordo com Ricardo Guerra, diretor da empresa Limagrain do Brasil, que estuda implantar uma fábrica do produto no País, a nova tecnologia é uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro.
"Nós temos a possibilidade de agregar valor às matérias-primas no Brasil, que é um grande produtor de milho. Na região de Matopiba — que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —, nós podemos expandir nossa produção e aumentar a renda no campo", disse Guerra.
A preocupação com a adoção no Brasil da tecnologia, no entanto, ainda é o custo, que pode ser até três vezes maior do que o do plástico tradicional.
A audiência pública foi realizada na quarta-feira (23) na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Fonte: Portal Abras/ Agência Câmara de Notícias