O centro de Excelência em Varejo (GVcev) da Escola de Administração de Empresa da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP) fez sua leitura dos resultados da NRF 2012, onde estiveram seus especialistas acompanhando comitiva da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A síntese das observações foi apresentada em seminário realizado ontem na sede da FGV-SP com o tema "Tendências e Perspectivas para o Varejo 2012". Além da análise do cenário econômico, detalhada pelo economista Paulo Henrique Sandroni, foi reapresentada a pesquisa "Os poderosos do varejo global", divulgada pela Deloitte durante a NRF, com detalhamentos por mercado.
Cenários – De acordo com o sócio e líder da Deloitte para a área de varejo e bens de consumo, Reynaldo Saad, na zona do euro há expectativa de baixo crescimento para o varejo, com consumidores contidos e consolidação do setor por meio de fusões e aquisições. Os investimentos tendem a se concentrar fora da Europa.
Nos Estados Unidos, a perspectiva é de um crescimento lento, alavancado pelo setor privado e sujeito a impactos de uma eventual recessão na zona do euro. Saad comentou que no mercado americano grande parte dos gastos do consumidor aumentará por conta da população mais favorecida (a maior beneficiada pelo aumento de renda). O varejo da China assiste a desaceleração dos gastos, ainda que a demanda seja forte, analisou Saad.
As perspectivas, segundo o analista, são, em linhas gerais, de crescimento lento para os mercados desenvolvidos e crescimento rápido entre os emergentes. O pequeno varejista, disse Saad, não pode imaginar que o assunto está fora da sua esfera. "Ele tem que querer ser grande e focar cada vez mais no atendimento personalizado", afirmou. O cenário traçado por ele é bom para o varejo brasileiro, que, a seu ver, precisa absorver as novidades, para não ser rejeitado pelo consumidor.
Sustentável – As questões relacionadas à sustentabilidade do varejo, ainda que menos presentes nas apresentações da NRF 2012, também foram comentadas ontem. O professor Maurício Morgado, do GVcev, lembrou de pesquisa divulgada em Nova York segundo a qual empresas envolvidas com a questão obtêm um lucro nove vezes maior, na comparação com as não envolvidas.
Veículo: Diário do Comércio - SP