Presidente Sussumu Honda participa de audiência pública na Câmara dos Deputados
Crédito: Antônio Augusto/ Agência Câmara
"O Brasil é o País que mais tributa a cadeia alimentar", afirmou o
presidente da Abras, Sussumu Honda, em debate sobre a cadeia produtiva da cadeia da bovinocultura de corte, realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados.
Na audiência pública realizada na terça-feira (7/8) em Brasília, Honda pediu a isenção do PIS/Cofins para toda a cadeia de carne bovina, tendo em vista a importância dessa proteína na alimentação da população brasileira.
Durante o debate, o presidente ressaltou que o setor supermercadista trabalha em conjunto com outras entidades para dar maior transparência na relação produtor/frigorífico/varejo. Destacou ainda a necessidade de combater o abate não fiscalizado, e a importância de se ampliar o marketing da carne bovina.
Na audiência, o presidente da Frente Nacional da Pecuária, Francisco Maia, defendeu um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para os pequenos e médios frigoríficos em dificuldades financeiras. Maia criticou ainda a concentração no setor, com grandes grupos dominando o mercado. "Toda concentração é perversa. A concentração de mercado leva ao monopólio", alertou.
BNDES
Para o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é responsável pela concentração no setor, "ao determinar quem sobreviverá e quem morrerá", referindo-se ao direcionamento dos recursos do banco.
O deputado Homero Pereira (PSD-MT), que solicitou a audiência, disse que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está cuidando da concentração no setor de bovinocultura de corte. Mas o grande vilão do setor, no seu entendimento, é a tributação. "Vou continuar trabalhando para reduzir a carga tributária no Brasil", afirmou.
Na opinião do presidente do Grupo JBS S.A.-Friboi, Wesley Mendonça, não há concentração no mercado de carne, pois há cerca de 1,5 mil abatedouros no Brasil. "O Grupo JBS tem 45 abatedouros", frisou.
Greve
A greve dos fiscais agropecuários é motivo de preocupação para o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, Péricles Salazar. Segundo ele, as exportações estão sendo prejudicadas por causa da greve desses servidores e, "se ela perdurar, o abastecimento nacional também será prejudicado."
Salazar ressaltou ainda que a decisão do governo de priorizar as grandes empresas a fim de internacionalizá-las, visando exportar mais, provocou desequilíbrio no mercado interno. Para ele, o governo deve continuar beneficiando as empresas de ponta, sem desprezar as pequenas. "Muitos frigoríficos que abatem 1,5 mil bois por dia têm dificuldades de acesso ao financiamento do BNDES", disse.
Sem acesso
O chefe do Departamento de Agroindústria do BNDES, Jaldir Freire Lima, explicou que os recursos estão disponíveis, mas alguns frigoríficos têm dificuldades de acesso por não preencherem os requisitos.
Fonte: Agência Câmara de Notícias/Portal Abras