Crise no grupo francês, que cogitou a venda de suas atividades no Brasil, deve derrubar principal executivo do grupo
A crise de gestão vivida pelo grupo supermercadista francês Carrefour, o número 2 mundial, deve derrubar seu diretor-presidente. Lars Olofsson, principal executivo da empresa no mundo, deve ser demitido de suas funções até 8 de março, quando acontecerá a apresentação dos resultados da empresa, em Paris. Porém, ele ainda poderia seguir em suas funções até a assembleia da companhia, em junho. Seu substituto deve ser George Plassat, atual diretor-presidente do grupo Vivarte, fabricante de roupas e calçados.
A informação ainda não é oficial, mas é cada vez mais presente nos bastidores da empresa. Fontes não identificadas citadas pela agência France Presse (AFP) teriam assegurado que a transição na companhia está em curso, embora "nem tudo ainda esteja decidido". Em Paris, o grupo Carrefour disse apenas que não comenta as especulações.
Olofsson tem sido muito criticado dentro e fora do Carrefour por sua gestão, que deveria ter relançado as atividades hipermercadistas da empresa, mas até aqui não foi bem-sucedida, apesar dos investimentos na reformulação da rede na Europa. Também a cadeia de lojas Planet não apresenta os resultados esperados e perde espaço no país para seu principal concorrente, o grupo Casino.
Além disso, o executivo sueco enfrenta o fogo cruzado dos acionistas, em especial dos que defendem a venda de ativos do grupo em países emergentes. Desde pouco depois de ingressaram no capital da companhia, os fundos de investimentos Colony Capital e Blue Capital passaram a pressionar pela venda das operações do grupo na Ásia e também na América Latina - que, paradoxalmente, vão bem.
No segundo semestre do ano passado, o Carrefour esteve perto de fundir suas atividades no Brasil com o grupo Pão de Açúcar. O fracasso dessa negociação, bloqueada pelo Casino, sócio do empresário Abilio Diniz no Brasil, é considerado um dos insucessos da gestão de Olofsson.
Veículo: O Estado de S.Paulo