Vendas da operação brasileira cresceram 8,9% em 2011, enquanto matriz registrou modesto 0,5%
A subsidiária brasileira do Carrefour ajudou a salvar os números de vendas do grupo francês no balanço consolidado de 2011. Enquanto as vendas globais cresceram apenas 0,5% no ano passado, para ¤ 91,5 bilhões, em relação a 2010, a varejista brasileira avançou 8,9%, totalizando ¤ 12,4 bilhões. Com esse volume, a subsidiária se manteve como o segundo maior mercado do Carrefour, representando 13,5% das vendas globais, que somaram ¤ 91,5 bilhões. A França é o principal mercado, com vendas totais de ¤ 39,5 bilhões.A Espanha está em terceiro lugar no ranking, com montante de ¤ 9,4 bilhões.
Com esse desempenho, o Brasil também representou o segundo país de maior crescimento entre as operações do Carrefour,comandado pelo executo Lars Olofsson, no mundo.
Argentina liderou, com avanço de 20,7% - mas a operação do país vizinho é menos representativa, com vendas de ¤ 3 bilhões, equivalente a um quarto da cifra brasileira. O grande destaque da varejista local - que é hoje o segundo maior player do país, atrás do grupo Pão de Açúcar - continuou sendo o Atacadão.
Oformato registrou expansão de 5,5% no critério de vendas mesmas lojas, enquanto os hipermercados, que levam a marca Carrefour, cresceram 4,5%, segundo o informativo de vendas divulgado ontem pela matriz francesa. Os resultados (lucro ou prejuízo) da operação devem ser divulgados no dia 8 de março.
“O Brasil tem sido o grande destaque entre as operações do Carrefour porque continua crescendo enquanto os demais países da Europa seguem estagnados pelo efeito da crise”, avalia Alberto Borges Matias, professor titular em finanças pela USP e presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad). “O Brasil também é responsável, em grande parte, pela expansão da Argentina. O nosso país é importador e hoje produz itens naquele país para vender para o mundo. Brasil Foods, Vale e Petrobras estão lá, por exemplo”, diz ele.
Os outros países que sustentaram os números dos franceses também são emergentes. Cresceram as subsidiárias que operam na China (7,5%), Romênia (5,4%), Indonésia (4,5%) e Colômbia (1,2%). Todos os demais países registraram queda nas vendas. O mercado da Grécia despencou 8,1%. Na Itália, as vendas caíram 5,8%, seguido por Espanha, que caiu 1,7%. As operações da Bélgica registraram perdas de 0,8%, enquanto Turquia desacelerou 0,1%.
Para Matias, a situação da matriz ainda pode piorar, depois do rebaixamento do rating pelas empresas de classificação de risco. “A deterioração de rating pode impactar os negócios das empresas no quesito captação.
Isso dificulta e encarece a tomada de empréstimos para a expansão de lojas, por exemplo. Esse cenário pode dar mais espaço para o Brasil aumentar sua participação
nos negócios”, diz.
Veículo: Brasil Econômico