O grupo varejista francês Carrefour, que enfrenta dificuldades, está prestes a contratar o executivo do setor de vestuário Georges Plassat para o lugar do seu diretor-presidente, Lars Olofsson, segundo pessoas a par da situação. Plassat, que é diretor-presidente e acionista do grupo francês de moda Vivarte, pode assumir o cargo já na próxima semana.
O mandato de Olofsson como presidente da varejista foi marcado por apreensões quanto aos lucros, mudanças de estratégia e um fracassado projeto de fusão com o Pão de Açúcar.
Representantes do empresário Bernard Arnault e do fundo americano de "private equity" Colony - os maiores acionistas -, com assento no conselho supervisor, vêm entrevistando possíveis candidatos para o cargo de Olofsson há meses. Os critérios são simples: o Carrefour gostaria de recrutar alguém experiente no varejo, de preferência um francês.
Executivo de moda deve ser novo CEO do Carrefour
O grupo varejista francês Carrefour, enfrentando dificuldades, está prestes a contratar o executivo do setor de vestuário Georges Plassat para o lugar do seu diretor-presidente, Lars Olofsson, segundo pessoas a par da situação. Ele pode assumir o cargo já na semana que vem. Plassat é o diretor-presidente do grupo francês de moda Vivarte, do qual também é acionista.
As negociações entre Plassat e a comissão de recrutamento do conselho de administração do Carrefour foram suspensas devido aos vínculos de Plassat com a Vivarte, segundo essas pessoas, e a contratação pode não se concretizar. Plassat tornou-se acionista quando a Vivarte foi adquirida pelo fundo de investimento em participações Charterhouse, em 2007.
A ação do Carrefour subiu ontem com as especulações de que uma mudança na diretoria seria iminente, em alta de 7,5%, para € 18,15 (US$ 23,78), a maior ganhadora entre as ações francesas de primeira linha.
Olofsson, que entrou para o Carrefour há três anos, vindo da Nestlé, também foi nomeado presidente do conselho em junho. Não está claro se Plassat assumiria os dois cargos, ou se as posições de presidente do conselho e diretor-presidente seriam divididas.
O mandato de Olofsson como diretor-presidente da segunda maior rede varejista do mundo, atrás apenas da americana Wal-Mart, foi marcado por apreensões quanto aos lucros, reversões de estratégia e um fracassado projeto de fusão com a rede Pão de Açúcar. Ele não conseguiu dar a volta por cima nos negócios do Carrefour na França, que representaram 43% das suas vendas no ano passado, de € 91,5 bilhões.
"Os investidores têm se mostrado muito insatisfeitos com a direção do Carrefour, de modo que a possível entrada de um novo diretor-presidente com experiência no mercado francês seria uma ótima notícia", disse Jonathan Alvis, analista da Bernstein Research.
Olofsson tem sofrido pressão crescente do maior acionista do Carrefour, uma joint venture entre Bernard Arnault, grande empresário de artigos de luxo, e o fundo americano de private equity Colony Capital, que detém 16% da empresa. A cotação do Carrefour caiu de cerca de € 50 por ação em 2007, quando Arnault e a Colony compraram sua participação inicial, para seu nível mais baixo, de € 14,66, em setembro.
Representantes de Arnault e da Colony, que têm assento no conselho supervisor do Carrefour, vêm entrevistando possíveis candidatos para o cargo de Olofsson há meses, segundo as pessoas a par do assunto. Os critérios são simples: o Carrefour gostaria de recrutar alguém experiente no varejo, de preferência um francês.
Embora o conselho do Carrefour tenha no início exaltado a vivência de Olofsson com grandes marcas como a qualidade necessária para dar uma virada na empresa, agora ele é visto como alguém que não tem experiência para administrar milhares de lojas, da China até a Colômbia. "A possível entrada de um novo diretor-presidente com experiência no mercado francês seria uma ótima notícia", disse Alvis, da Bernstein.
Antes de entrar para a Vivarte, Plassat era diretor da Carrefour na Espanha. Ele fez nome no varejo de supermercados como diretor-presidente do grupo varejista francês Groupe Casino. Entrou na Vivarte em 2000, mas saiu por um período de um ano, após uma disputa com os acionistas naquela ocasião.
A Vivarte compreende mais de 20 marcas populares de vestuário, tais como a de calçados André e a grife de moda Kookai. Plassat aumentou o grupo comprando Accessoire Diffusion e a renomada etiqueta Les Fées de Bengale.
Veículo: Valor Econômico