No dia em que anunciou associação com a rede Salfer, fundada em Santa Catarina e presente também no Paraná, a Máquina de Vendas, holding que agrega as bandeiras Insinuante, Ricardo Eletro, City Lar e Eletro Shopping, cria uma divisão para comandar os negócios na região Sul do Brasil e já sinaliza a abertura de lojas no Rio Grande do Sul. A parceria cria a Máquina de Vendas Sul, presidida por Clayton Salfer, que está à frente da rede que carrega seu sobrenome. A transação nasce com a proposta de tornar a Máquina de Vendas a primeira rede presente em todas as unidades da Federação.
“A ideia é começar a abrir lojas nos próximos meses, já temos uma série de pontos identificados e negociações concluídas com a maioria”, diz Salfer. De acordo com ele, a estratégia deve fazer com que diversas áreas do Estado sejam contempladas com unidades da Salfer, tanto pela abertura de lojas, quanto pela aquisição de outras redes. Há 54 anos no mercado, a Salfer deve chegar ao Estado focando nas semelhanças culturais entre Santa Cataria e Rio Grande do Sul, aproveitando o know-how conquistado com a presença nos estados da região.
O agora presidente da Máquina de Vendas Sul não revela o montante de investimentos na operação que vai trazer a bandeira ao mercado gaúcho, mas destaca que a associação da Salfer deve resultar em um faturamento de R$ 9 bilhões este ano à holding nacional. Com bastante destaque nos mercados catarinense e paranaense, o Rio Grande do Sul comporta o projeto de expansão atual da rede. O executivo explica que já há um amplo conhecimento por parte da Salfer das características regionais do Estado, o que deve contribuir para a entrada nos municípios rio-grandenses. Em um primeiro momento, está sendo prospectada a abertura de dez lojas, nenhuma delas na Região Metropolitana. Com o tempo, o objetivo é disseminar unidades no Estado. Hoje, a holding conta com 1,1 mil lojas em 442 cidades brasileiras.
Mesmo vendo como positiva a entrada da Máquina de Vendas através da Salfer no Estado, o consultor de varejo Xavier Fritsch acredita que a operação pode encontrar algumas barreiras. Isso porque o Rio Grande do Sul já possui ampla gama de redes no segmento de eletromóveis. Em termos de concorrência, Fritsch não vê um grande impacto do mercado gaúcho. O consultor afirma que a Salfer, assim como qualquer outra bandeira que queira ingressar no mercado gaúcho, necessita apresentar diferenciais para a entrada ser bem-sucedida, haja vista casos anteriores, como a Casas Bahia, onde a especulação sobre o impacto foi muito maior do que, de fato, ocorreu. “Já fizemos estudos para outras redes de varejo que demonstraram muitas dificuldades para se estabelecer no Rio Grande do Sul”, resume.
Veículo: Jornal do Comércio - RS