Embora tenham apresentado queda de 2,67% em maio ante abril, os supermercados instalados em Minas Gerais registraram alta nos negócios no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano. De acordo com dados divulgados ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), as vendas do setor cresceram 7,29% em relação ao mesmo período de 2011. Já na comparação de maio deste ano com igual mês de 2011 foi verificada alta de 8,41%. O estudo foi feito com empresas de todo o Estado e os números já estão deflacionados pelo IPCA/IBGE.
Na avaliação do superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, o incremento foi influenciado por uma série de fatores, entre os quais estão o aumento do salário mínino acima da inflação e o aquecimento do mercado interno, além do aumento da renda da população e do número cada vez menor de desempregados no país.
"O ano passado foi complicado, já que o governo teve que lidar com fatores políticos e econômicos, controlando a inflação e arrumando a casa por ser início de mandato. Já neste ano, as coisas estão mais ajeitadas. As pessoas agora estão consumindo mais e as vendas, naturalmente, tendem a crescer", explica.
Com isso, as expectativas para o acumulado de 2012 seguem otimistas. Segundo Rodrigues, está sendo aguardado crescimento de pelo menos 4% frente ao exercício anterior. Caso a projeção se confirme, o setor vai faturar aproximadamente R$ 14 bilhões neste exercício. No ano passado, o segmento faturou R$ 13,2 bilhões, um recuo de 0,2% em relação a 2010.
Apesar disso, devem ser investidos em 2012 R$ 250 milhões em expansão da rede. O volume é maior do que o de 2011, quando foram gastos R$ 220 milhões na abertura de 42 unidades e 57 reformas. "A previsão é que sejam criados 8 mil postos de trabalho", diz ele, referindo-se a abertura de 45 lojas, além de outras 50 que devem ser inauguradas até dezembro de 2012 em todo o Estado.
Na comparação dos níveis de comercialização do setor de maio com abril, contudo, o resultado foi negativo. No total, as vendas dos supermercados mineiros caíram 2,67% entre os períodos. Para o superintendente da Amis, a queda é considerada normal e justifica-se pela base de comparação, já que o último mês daquele exercício foi influenciado pelas compras da Páscoa.
Regiões - Na variação regional, segundo o "termômetro de vendas" da Amis, a queda mais acentuada ocorreu na Zona da Mata (-4,17%). Logo em seguida apareceu a região Centro-Oeste, com recuo de -3,92%. Já as retrações menos acentuadas foram observadas no Norte de Minas e região Central, que registraram quedas de -0,59% e -1,55%, respectivamente.
Segundo Rodrigues, o crescimento negativo nesta base de comparação, em todas as regiões do Estado, é devido ao aumento do número de pessoas endividadas. "Com o maior comprometimento da renda, há menos produtos no carrinho do supermercado", explica.
Veículo: Diário do Comércio - MG