Familia Klein alega erro contábil que pode levar a mudança acionária
Antigos donos da Casas Bahia dão 30 dias para uma solução para o caso; Pão de Açúcar não se pronunciou
Dois anos após se associarem ao Grupo Pão de Açúcar, as Casas Bahia dizem terem encontrado indícios de erro na contabilidade que podem levar até a uma mudança no controle acionário da Viavarejo, empresa que reúne também o Ponto Frio.
Na semana passada, a família Klein (fundadora das Casas Bahia) encaminhou carta ao grupo pedindo uma auditoria nas empresas da Viavarejo.
Ela deu um prazo de 30 dias para o Pão de Açúcar explicar e apresentar uma solução para o que considera "inconsistência" no balanço da Globex (hoje Viavarejo).
Se não houver acordo, irá recorrer a um tribunal de arbitragem. O argumento é que parte dos ativos apresentados pelo grupo na época da fusão teria sido superavaliada.
Na prática, isso significa que o Grupo Pão de Açúcar, hoje com maior participação na Viavarejo, corre o risco de perder o controle. A auditoria estaria a cargo da KPMG.
Essa é a segunda vez que a família Klein pede revisão do contrato. A primeira foi em julho de 2010, quatro meses após se unirem. Na ocasião, ela conseguiu um aporte de R$ 689 milhões do Pão de Açúcar na antiga Globex.
Também ganhou poder de veto em casos de fusões e novos aportes de capital.
O ataque da família Klein é visto por advogados ligados ao Pão de Açúcar como uma estratégia para prorrogar o mandato de Rafael Klein, que termina em novembro, no comando da Viavarejo.
"O problema não é esse. A família vai cumprir o acordo. O litígio é um outro problema que terá de ser resolvido. Se não for, ela irá para arbitragem", disse Ivo Waisberg, advogado dos Klein.
Procurado, o Pão de Açúcar não se pronunciou.
Veículo: Folha de S.Paulo