Parcelamento e descontos são estratégias da rede Condor

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Para se consolidar no mercado paranaense, em que a disputa entre as bandeiras regionais é acirrada, a rede Condor Super Center aposta em uma política agressiva de descontos e parcelamentos. A ideia é atrair o consumidor para os seus pontos de venda, mesmo que isso gere redução em suas margens financeiras. Joanir Zonta, presidente do Condor, afirmou que para se diferenciar dos demais, a empresa estende o parcelamento das compras sem cobrar juros. "Temos uma política agressiva de descontos. Parcelamos as compras em até 20 vezes sem juros", disse ao DCI.

Para fugir de concorrentes como o Super Muffato e grandes players como o Walmart e Carrefour, além de fortalecer o estímulo das compras a prazo, a principal estratégia da empresa é o cartão próprio (private lable). "Com o cartão Condor conseguimos vender mais eletrodomésticos, um dos nossos carros-chefes", apontou. "Essa é nossa forma de ser mais agressivo perante nossos concorrentes", ressaltou Zonta.

A tática parece dar certo, pois a rede supermercadista cresceu 23,16% em 2012 na comparação com o ano anterior, ao faturar R$ 2,627 bilhões. Assim, passou a ser a sétima maior rede de supermercados do Brasil, segundo prévia do ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

As perspectivas para este ano, segundo Zonta, são boas também. "Pretendemos abrir mais três lojas e crescer acima dos 20%", comentou ele.

A longo prazo, a meta da rede é abrir mais 10 operações e, em 2016, chegar a 45 lojas, entre super e hipermercados, além de obter faturamento de R$ 4 bilhões. A previsão é ainda expandir sua atuação para outros estados. "Pretendemos abrir lojas aqui no sul e chegar ao interior de São Paulo. Outros estados só se a oportunidade estiver em sinergia com a missão da empresa". Duas das três lojas previstas inicialmente para este ano serão hipermercados em Maringá e Londrina.

Questionado sobre o menor poder de consumo do brasileiro que tem assombrado o varejo no País, Zonta afirmou que no Paraná isso não tem acontecido. "Vendemos muito nos três primeiros meses deste ano. Pelo menos aqui, o consumidor tem gasto, sim, com compras", concluiu.

Hoje a rede tem mais de 120 mil metros quadrados de área de vendas, dividida em 35 supermercados e hipermercados em 14 cidades do Paraná, além de duas centrais de distribuição (CDs). "Nosso crescimento é auxiliado por financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES]. Não precisamos de sócio para continuar expandindo e nem pretendemos abrir o capital da nossa empresa", enfatizou o presidente da rede, ao ser questionado sobre o aporte de R$ 120 milhões empregado na operação ao longo do ano passado. Para este ano, o investimento ficará no mesmo patamar, disse o executivo.

Joanir Zonta informou que um dos maiores entraves de suas operações hoje é o da mão de obra. Nas regiões de atuação, a empresa sofre sem profissionais que queiram trabalhar em supermercados. "Aqui, a mão de obra é escassa. A população prefere atuar em outros setores que não tenham que trabalhar aos finais de semana, como ocorre em um supermercado", explicou o especialista em varejo.

Zonta afirmou também que devido à falta de profissionais, a rede tem percorrido mais de 120 quilômetros para contratar. "Temos que procurar em outras cidades, mesmo que a pessoa venha sem experiência nenhuma. Até preferimos os menos experientes". A explicação para isso é que a rede Condor Super Center oferece a todos seus funcionários treinamentos constantes. "Nos últimos quatro anos sentimos mais essa falta de profissionais. Este ano lançamos a Universidade Corporativa em nossa rede, tudo para qualificar nossa equipe".

História


Engana-se quem pensa que a bandeira já nasceu no setor de supermercados. Joanir Zonta explicou que 39 anos atrás, ele e o irmão começam no ramo empresarial com um abatedouro de suínos e fábrica de banha. "Em 1973, quando houve uma inspeção federal, como éramos pequenos, tivemos que fechar as portas, pois não nos enquadrávamos nas normais estabelecidas pelo governo", explicou Zonta.

Logo após o encerramento dessa atividade, a família Zonta aproveitou que o prédio da pequena fábrica era próprio e abriu um açougue, e posteriormente partiu para o ramo supermercadista. A primeira operação foi aberta em 1974, após Zonta comprar uma pequena mercearia, em Curitiba com 110 metros quadrados e dois caixas.

"No começo eu não entendia nada do ramo de supermercados, logo abria a loja às 7 horas da manhã e fechava às 8 horas da noite. Era após esse horário que eu ia até os meus concorrentes, para ver como eles colocavam as mercadorias nas prateleiras, quais eram os produtos vendidos. Tudo isso para entender como era uma operação", explicou ele.



Veículo: DCI


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