Walmart no Brasil perde força e cresce menos que rivais

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A rede Walmart no Brasil registrou perda de vigor no primeiro trimestre do ano ao apurar uma expansão de 5,5% nas vendas brutas no país. Nas "mesmas lojas" (em operação há mais de 12 meses) o crescimento foi de 3,7%. É a menor taxa dos últimos trimestres. Mas a subsidiária conseguiu fechar o primeiro trimestre com "leve lucro operacional", disse ontem Doug McMillon, presidente do Walmart International, em teleconferência com analistas.

Pão de Açúcar (área alimentar) e Carrefour registraram taxas maiores de crescimento da receita bruta no período - de 10,6% e 13,3%, respectivamente. Ao se analisar o desempenho do varejo alimentar, as duas redes e o Walmart crescem acima da média. Segundo a pesquisa do comércio do IBGE, a receita nominal do setor cresceu 1,74% no primeiro trimestre.

No ano passado, as vendas brutas de GPA Alimentar cresceram 9,4%, do Carrefour, 10,4%, e do Walmart, 10,5%.

A forte base de comparação de 2012 pode explicar a desaceleração do Walmart - no primeiro trimestre do ano passado a expansão foi de 14,5%. Mas a empresa admite que não ganhou mercado na maioria das categorias e perdeu tráfego - apesar de ter ampliado o gasto por pessoa (tíquete médio). A perda de poder aquisitivo da população em 2013, reflexo da pressão inflacionária, também pesou. "Apesar de nós não termos crescido nossa participação em demais categorias, nós ganhamos em mercearia, perecíveis e higiene e limpeza", disse McMillon, sobre o Brasil. "Vendas de produtos em geral foram fracas, conforme nós reduzimos a oferta de crédito sem juros [parcelamento sem juros]".

O tíquete médio (gasto por cliente) cresceu 7,2%, mas o tráfego caiu 3,5% de janeiro a março em relação ao ano passado, indicando que menos pessoas foram às lojas, mas quem foi comprou mais.

O executivo disse que o site da empresa no Brasil tem bom desempenho, com aumento nas vendas de "mais de 40%" de janeiro a março.

O comando do Walmart voltou a reforçar a crença na política do "preço baixo todo dia" (PBTD) no Brasil. "Nós continuamos com nosso mantra do "preço baixo todo dia" e do "custo baixo todo dia", mantendo a redução de 7% no preço de nossos produtos [em relação à concorrência]".

A empresa alterou sua política comercial no Brasil em 2011, deixando de operar por meio de promoções pontuais e oferecendo o que a empresa chama de PBTD. Essa estratégia ainda está sendo implementada no país - neste momento, as lojas de atacado são alvo da mudança - e é usada pelo Walmart no mundo todo. A base da estratégia é oferecer constantemente mercadorias a preço inferior ao dos rivais, diz a rede, e não operar com descontos esporádicos. Dessa forma, teoricamente, a empresa reduz custos fixos que existem em uma operação de promoções.

Os brasileiros estão acostumados a descontos e promoções e essa cultura seria a barreira inicial para a implantação da estratégia da rede no país, dizem analistas. Walmart diz que o projeto tem dado resultados.

McMillon reforçou que a margem bruta aumentou ligeiramente no país, como resultado de uma melhor gestão de preços. Mas a empresa informou que não conseguiu reduzir a relação despesas e receita "devido à baixa taxa de crescimento das vendas 'mesmas lojas', especificamente no formato de atacado". Os reajustes dos salários também pesaram nessa conta.

No mundo, o Walmart teve alta na receita líquida de 1%, para US$ 114,2 bilhões. O lucro subiu 1,1%, para US$ 3,78 bilhões. As vendas "mesmas lojas" nos EUA caíram 1,4% - os analistas previam estabilidade. Clima frio e aumento nos impostos na folha de pagamento afetaram o resultado.



Veículo: Valor Econômico


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