O Grupo Pão de Açúcar (GPA) não deve elevar o teto do investimento em 2014 em relação ao anunciado para 2013, e deve aplicar até R$ 2 bilhões no país no próximo ano. Em encontro com analistas e investidores ontem, o comando da varejista informou que o plano é investir um valor "muito próximo" ao inicialmente informado para 2013, apurou o Valor com fontes que estiveram na reunião. Para este ano, o GPA já havia anunciado desembolsos de, no máximo, R$ 2 bilhões. Historicamente, ao longo dos últimos anos, a companhia tem divulgado aumentos na estimativa de investimentos anuais.
Pestana não detalhou razões que motivam a provável manutenção do valor do teto dos investimentos, durante conversas com analistas ontem. Mas ao comentar o planejamento estratégico do grupo para o período de 2014 a 2016, a companhia reforçou a intenção de reduzir os desembolsos por loja, com a "otimização dos investimentos" na abertura de novas unidades do grupo. Ou seja, gastar menos por metro quadrado construído. O presidente do GPA ainda informou que a companhia não deve atingir o valor máximo anunciado de investimentos em 2013. "Tivemos dificuldades de abrir novos pontos", resumiu ele.
A companhia também informou que deve abrir até 655 lojas no país entre os anos de 2014 e 2016, sendo que deste total 400 lojas devem ser supermercados, hipermercados e unidades do minimercado Extra, conforme plano estratégico para o período. A previsão é que, destes 400 pontos, 360 sejam pontos de minimercados, 20 do Extra Supermercado e Extra Hipermercado e 20 de supermercados Pão de Açúcar. O grupo ainda prevê 12 a 15 lojas por ano da bandeira de atacado Assaí, somando até 45 pontos em três anos.
Ainda se prevê mais 210 unidades das redes da Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) - numa soma total, portanto, de até 655 novas lojas. O número deve superar, com folga, o registrado no triênio anterior (de 2011 a 2013), isso porque nos anos anteriores, o GPA trocou a bandeira de um grande volume de pontos, especialmente para minimercados. E isso deve mudar, com abertura acelerada de novas minilojas.
Segundo apurou o Valor, com base nas informações da reunião realizada ontem, o GPA deve ter dois modelos de operação para o minimercado no Brasil. A ideia é ter um formato de loja, com a atual marca Minimercado Extra nos bairros das classes C e D, e um outro formato de lojas pequenas para os bairros de classe A e B. É possível que a empresa use outra bandeira do grupo nessas pequenas lojas consideradas "premium", de acordo com investidores presentes no encontro. É algo parecido com o que o Casino, controlador do GPA, faz na França, com diferentes modelos de lojas para diferentes públicos por bairro.
O grupo também considera a possibilidade de reduzir o tamanho dos supermercados Pão de Açúcar nos próximos anos. Os tamanhos atuais variam de 1,3 mil a 1,5 mil metros quadrados e isso poderia ser reduzido pela metade, para 600 a 700 metros quadrados, o que pode acelerar o processo de crescimento orgânico dos supermercados do grupo, que encontra dificuldades em avançar pelo alto custo dos terrenos em áreas nobres, a região de atuação da bandeira.
A companhia ainda comentou que trabalha para se tornar, em 2014, a segunda maior rede de atacado do país com a rede Assaí e ultrapassar o Makro, com base nas suas expectativas de resultados. Para a operação de comércio eletrônico, em até três anos, o plano é superar a B2W com a operação dos sites da Nova Pontocom (Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com).
Veículo: Valor Econômico