Na reestreia da Via Varejo na BMF&Bovespa ontem, as units (formadas por uma ação ordinária e duas preferenciais) subiram 8,26%, atingindo R$ 24,90, com movimento de R$ 186 milhões, o sexto maior volume do Ibovespa no dia, atrás de Petrobras PN, Vale PNA, Itaú PN, Itaúsa PN e Bradesco PN. A Via Varejo é uma empresa do Grupo Pão de Açúcar e formada da união da Casas Bahia e Ponto Frio, em associação anunciada em 2010.
As units abriram o pregão cotadas a R$ 23. Apesar da boa recepção, o valor alcançado ainda ficou abaixo do piso sugerido no prospecto da oferta secundária, que determinava faixa de R$ 25,60 a R$ 33,60. A negociação dos papéis ontem foi superior a de empresas como Banco do Brasil ON, Petrobras ON e Ambev ON, em dia de vencimento de opções, quando o volume dos papéis mais negociados costuma ficar acima da média. Ontem, no momento da abertura do pregão da empresa estiveram presentes na bolsa executivos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), da Via Varejo e representantes da família Klein.
Como a demanda de investidores na semana passada acabou ficando abaixo da faixa sugerida pela companhia, os acionistas GPA e família Klein decidiram rever seu preço e avançaram com a operação - foi reduzido o piso da oferta para de R$ 25,60 para R$ 23, desconto de cerca de 10%.
A operação envolvendo a oferta foi concluída na quinta-feira passada com a venda de 123,7 milhões de units, movimentando R$ 2,84 bilhões. A operação foi registrada na quinta-feira na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), incluindo a oferta inicial e o lote suplementar de 15% Os recursos foram destinados aos acionistas vendedores: família Klein e GPA.
Os Klein, fundadores da Casas Bahia, ficaram com 68,5% desses R$ 2,84 bilhões, ou seja, embolsaram R$ 1,94 bilhão. O restante (31,5%) equivalente a R$ 895 milhões foram para o GPA.
A família Klein continua na empresa como acionista minoritária. Estão no mercado para negociação na bolsa 29,3% das units da Via Varejo. Antes da oferta dos papéis, circulava no mercado apenas 0,6% das ações. O Grupo Pão de Açúcar tem 43,3% da companhia e o restante, 27,4%, está dividido em diversos veículos de investimento da família Klein.
Michael Klein é hoje o maior acionista individual da empresa no grupo de integrantes da família, com 10,5% de participação direta. Antes da operação, o GPA tinha 52,4% da companhia e os Klein, 47%.
Veículo: Valor Econômico