Embalagens ativas que prolongam a vida útil dos produtos e trazem em sua composição vitaminas.
Nas prateleiras dos supermercados nos próximos anos, os consumidores brasileiros vão poder se beneficiar não apenas de alimentos mais saudáveis, mas também de embalagens ativas que prolongam a vida útil do alimento e trazem em sua composição vitaminas, fitoquímicos, nanofibras e prebióticos.
Essa será uma das pesquisas demonstradas durante o 4º Congresso Internacional de Bioprocessos na Indústria de Alimentos (ICBF 2010). Organizado pela Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Paraná (SBCTA-PR) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), o evento vai acontecer de 5 a 8 de outubro em Curitiba (PR), devendo reunir pesquisadores da Ásia, Europa, Estados Unidos e Brasil.
De acordo com o pesquisador Washington Azevedo da Silva, da Universidade Federal de São João del-Rei, as embalagens estão passando do simples acondicionamento de alimentos para se tornarem ativas e inteligentes para alimentos, proporcionando qualidade e segurança alimentar ao consumidor.
"Nesse sentido, as embalagens passaram a desempenhar funções específicas, através da incorporação de agentes ativos como antimicrobianos, antioxidantes, agentes inibidores de amadurecimento, entre outros", enumerou. Uma maçã fatiada que dura em média de um a dois dias, poderia ter a vida útil prolongada para até oito dias, assim também acontecendo em carnes, fatiados e hortaliças.
Em geral, a deterioração dos alimentos começa pela superfície. nesse princípio que o estudo se desenvolveu à medida que a embalagem ativa em contato com a superfície do alimento pode inibir a deterioração devido à liberação controlada do agente ativo.
Aditivo - "Nas massas de pão ou de pastel, por exemplo, é comum a indústria adicionar ao processo sorbato de potássio para conservação, substância que poderia ser incorporada à embalagem e migrar aos poucos ao alimento, reduzindo ou até eliminando o consumo desse aditivo químico", esclareceu.
Já as embalagens inteligentes são sistemas de acondicionamento em que as condições do alimento e do ambiente são monitoradas e transmitidas ao consumidor e ao fabricante.
Conforme Azevedo, nos supermercados, já é possível verificar bebidas com esse tipo de informação com rótulos que mudam de cor ao atingir a temperatura ideal para consumo. "São sensores e indicadores que se baseiam em reações químicas, enzimáticas, imunoquímicas, ou reações mecânicas. Podem ser inseridos no corpo ou no interior da embalagem para detectar e comunicar informações como temperatura, adulteração, deterioração do produto acondicionado, frescor e amadurecimento de commodities agrícolas, crescimento microbiano, presença glúten toxinas e outras substâncias", assinalou o pesquisador.
Azevedo informou que as embalagens inteligentes também terão larga escala em produtos para exportação que precisam seguir em condições de temperatura controlada, onde a etiqueta poderá mudar de cor indicando alterações e até deterioração durante o trajeto até o destino final.
Veículo: Diário do Comércio - MG