Projeto, em parceria com uma farmacêutica e a Prefeitura, começa hoje em cinco lojas da capital, por onde passam 1 milhão de pessoas por mês
Uma rede de supermercados e uma empresa farmacêutica se uniram à Prefeitura de São Paulo para permitir que os consumidores descartem corretamente os medicamentos vencidos ou fora de uso.
A iniciativa, lançada hoje na capital paulista pelo Pão de Açúcar e pela Eurofarma Laboratórios, visa a incentivar as pessoas a deixarem de jogar remédios no lixo comum ou no vaso sanitário - ato que pode contaminar o solo ou a água.
Num primeiro momento, cinco lojas do grupo - três do Extra e duas do Pão de Açúcar (mais informações nesta página) - oferecerão postos de arrecadação dos medicamentos. Serão recebidos remédios de todas as marcas e de vários tipos, como agulhas, ampolas, frascos de xarope, blisters e bisnagas. Passam pelas lojas escolhidas para o projeto-piloto cerca de 1 milhão de pessoas por mês.
Para evitar acidentes, principalmente por causa dos produtos cortantes, as urnas têm revestimento de uma película plástica e um lacre que impede a coleta dos resíduos por pessoa não autorizada.
Ainda no primeiro trimestre de 2011, a ideia é estender o programa para as 60 lojas do grupo da Grande São Paulo.
Carência. Hoje, ainda não existem locais apropriados para receber esse tipo de resíduo. O Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb) da Prefeitura será parceiro do projeto, fazendo a coleta por meio das concessionárias Loga e Ecourbis.
Segundo Maria Del Pilar Muñoz, diretora de Sustentabilidade e Novos Negócios da Eurofarma, o material que tem contato direto com o medicamento é considerado um resíduo perigoso e deve ser incinerado.
Paulo Pompílio, diretor de relações institucionais do Grupo Pão de Açúcar, ressalta que não existe regulamentação sobre o descarte de medicamentos no País, deixando o consumidor sem opção. "Queremos dar o exemplo e nos antecipar a uma possível regulamentação da questão", afirma.
Ele lembra que, há quase dez anos, supermercados da rede passaram a contar com estações de reciclagem.
Segundo Maria, é importante começar pela cidade de São Paulo, que representa 16% das vendas no varejo na área farmacêutico do País. "A região é a que tem maior demanda e impacto."
As empresas treinaram funcionários para que tirem dúvidas e incentivem os consumidores a descartar corretamente os medicamentos vencidos.
COMO FAZER
Embalagem fechada
Os medicamentos devem ser descartados em sua embalagem original, tomando o cuidado de deixar as embalagens sempre fechadas. Não é necessário destacar os comprimidos.
Seringas e agulhas
Esses produtos também podem ser descartados. O ideal é a utilização de um recipiente rígido para armazená-los, como latas de achocolatados, para evitar acidentes.
Papel
Caixas de medicamentos e bulas que não tiveram contato direto com o remédio podem ser encaminhadas para a reciclagem.
Veículo: O Estado de S.Paulo