Caixas de papelão, oferecidas pelos varejistas, também têm procura
Queixas se referem ao preço cobrado pela nova sacolinha e a misturar alimentos com produtos de limpeza
Apesar de reclamar de pagar R$ 0,19 pelas novas sacolinhas biodegradáveis de amido de milho, o paulistano parece estar preparado para o fim do uso das embalagens plásticas cedidas gratuitamente pelos supermercados. As sacolinhas plásticas deixarão de ser distribuídas a partir do próximo dia 25.
A reportagem esteve ontem em três supermercados da zona leste da capital e constatou que muitas pessoas já estão levando sacolas retornáveis ou utilizando caixas de papelão nas compras.
A maior resistência aparece entre aqueles que utilizam os plásticos para acondicionar lixo da pia e do banheiro.
Também há queixas sobre colocar em uma mesma sacola retornável artigos como carnes e alimentos junto com produtos de limpeza e de higiene pessoal, que normalmente ficam em sacolas plásticas diferentes.
A aposentada Marlene Figueiredo, 76, aproveitou as caixas disponibilizadas pelo supermercado para acomodar as compras que estava fazendo. Os produtos mais leves que ela comprou ficaram nas sacolas plásticas.
"Eu tenho umas cinco sacolas retornáveis, mas acho complicado levar as compras com tudo misturado."
A auxiliar administrativa Juliana Donetti, 27, também é adepta das sacolas retornáveis e está preparada para a mudança. Embora acredite que a diminuição das sacolas vá evitar que bueiros fiquem entupidos em dias de chuva, ela vê aspectos negativos na proibição.
"Todo mundo sempre usou para colocar lixo e, agora, vamos ter de comprar sacos. Além disso, fica mais difícil para carregar as compras."
Gerente do Carrefour Aricanduva, Cristiane Silva diz que os consumidores estão recebendo bem a mudança e que isso tem relação com o trabalho de conscientização que está sendo feito há quase um ano pela varejista.
"Deixamos as caixas à mostra e os clientes pedem para usá-las ou pegam automaticamente. As sacolas também ficam à mostra e têm um preço acessível", afirma, referindo-se às sacolas retornáveis que custam R$ 2,90.
Veículo: Folha de S.Paulo