Onze sacolas gigantes feitas com material reciclável foram instaladas pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em diferentes pontos da capital. O objetivo da intervenção é lembrar que, a partir de 25 de janeiro, sacos plásticos não serão mais distribuídos por alguns mercados. Embora a campanha chame a atenção de quem passa em frente às ecobags de 4 metros de altura, o fim das sacolinhas ainda divide opiniões nas ruas.
A estudante Flávia de Oliveira Santos, de 21 anos, por exemplo, diz que deixou de usar as sacolas plásticas no ano passado. “Pequenas atitudes podem fazer bem ao meio ambiente. Costumo usar uma sacola de feira, de lona. Mas queria uma igual a essa”, disse a jovem, apontando para a embalagem colorida instalada no Largo São Bento, centro de São Paulo.
“Não sei por que estão fazendo isso”, protestou o aposentado José Francisco de Souza Prates, de 67 anos. “Usava a sacolinha para colocar o lixo. Não era desperdício. Como fica agora? Vou ter que comprar uma sacola para levar a compra, outra para colocar o lixo, e o que mais? E como é que ficam as empresas de plástico, que faziam os sacos? Vão fechar?”
Os objetos gigantes foram confeccionados artesanalmente com retalhos de outdoors pela ONG Projeto Arrastão, seguindo projeto da ATTACK Intervenções Urbanas, do artista plástico Eduardo Srur.
Em 2008, para chamar a atenção do paulistano para as questões ambientais, Srur havia colocado garrafas PET gigantes no Rio Tietê e coletes salva-vidas em monumentos públicos. A intervenção termina em 16 de fevereiro
Ainda no centro, foram instaladas, também anteontem, ecobags gigantes na Praça da Sé, Avenida São João e no Viaduto do Chá. As peças podem ser vistas também no Largo da Batata, no Alto da Lapa (em frente à sede da Apas, na Rua Pio XI) e no Parque Villa-Lobos, todos na zona oeste, no Parque do Ibirapuera, zona sul, e na Avenida Paulista, região central.
O fim da distribuição das sacolas plásticas, feitas à base de petróleo, nos mercados do Estado, faz parte de protocolos de intenções assinados pela Apas em maio com o governo do Estado e em dezembro com a Prefeitura. Só a participação de três grandes redes de supermercados – Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart – fará com que 1,7 bilhão de sacolas deixem de ser distribuídas por ano em 600 lojas do Estado.
Faz parte do acordo que as lojas passem a oferecer alternativas para o transporte das compras – como a venda, a preço de custo, de sacolas biodegradáveis, feitas de amido de milho, que custariam entre R$ 0,19 e R$ 0,25. O consumidor será incentivado a utilizar caixas e sacolas reutilizáveis.
Veículo: Jornal da Tarde - SP