Percentual está acima do praticado pelas operadoras, que é de 259% ao ano, segundo pesquisa da ProTeste
Ter um cartão de crédito de um supermercado, posto de combustíveis ou loja de departamentos nem sempre é um bom negócio. Em muitos casos, vira um verdadeiro peso no bolso. O serviço oferecido por essas redes pratica juros de até 541% anuais, considerado acima do mercado. Além disso, os clientes pagam tarifas que chegam a, no máximo, R$ 47,88 ao ano como forma de compensar a isenção da anuidade anunciada pelos estabelecimentos.
A constatação foi feita numa pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) elaborada em maio. Os juros do rotativo desses cartões ficam muito acima dos 259% ao ano usado no sistema convencional das operadoras de cartão de crédito.
Ainda de acordo com o levantamento, o maior índice de 541% é encontrado no Carrefour. “Muitas pessoas optam por ter esses cartões de olho nos descontos concedidos para quem tem o serviço, mas no final fica tudo a mesma coisa”, explicou Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste.
No caso das tarifas, ela destaca que as gerenciadoras desses cartões em especial cobram tarifas e custos de manutenção sem os clientes saberem. Um exemplo disso é a cobrança extra pela emissão da fatura. Se a pessoa usa o cartão todo o mês, pagará até R$ 47,88 num ano.
Nessa situação, a maior tarifa foi achada pela ProTeste na rede de supermercados Savegnago, que atua no interior. “Na maioria das vezes, a cobrança acontece sem o consentimento do cliente”, lamenta Maria Inês.
O Carrefour informou que as taxas cobradas seguem a média do mercado. Atualmente, são praticados percentuais desde 2,9% até 15,99% ao mês, afirmou a rede em nota.
Já o Supermercados Savegnago admitiu que a única taxa cobrada é o custo manutenção de conta de R$ 3,99 caso a pessoa utilize o cartão no mês. Caso o mesmo não é usado, a tarifa taxa não é praticada.
Evite ao máximo a tentação
Para os especialistas na defesa do consumidor e em finanças, os clientes de lojas, supermercados e postos de combustíveis precisam seguir apenas uma única orientação nessa situação. As pessoas devem, sobretudo, evitar o uso desses cartões de crédito oferecidos pelas grandes redes para fugir das taxas e dos juros exorbitantes.
A coordenadora institucional da ProTeste, Maria Inês Dolci, explica que não vale a pena o consumidor usar esse cartão em busca de descontos. Muitos estabelecimentos atrelam promoções ao uso do sistema. “O cartão convencional costuma ter taxas menores.”
Veículo: Diário de S.Paulo