Sites de outros países ameaçam "pontocoms" brasileiras

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A concorrência entre produtos nacionais e importados chegou ao comércio on-line. Em busca de melhores preços, os brasileiros estão migrando para sites estrangeiros. De olho no crescente consumo dos internautas do país, os portais internacionais já oferecem diversas facilidades: isentam a taxa de frete e têm páginas em português

A diferença dos valores entre os sites nacionais e os internacionais pode ser grande. Uma capa protetora para o tablet iPad, por exemplo, que no Brasil custa em média R$ 150 pode ser encontrada por R$ 25, diferença de 500%.

Entre os portais, o que têm preço mais atrativo é o chinês dealextreme.com. A loja de departamento americana Macy’s também mira o consumidor brasileiro e já vende os produtos com os preços cotados em reais.

Mais do que a busca por preços, a internacionalização do comprador on-line brasileiro vem acompanhada da alta do e-commerce no país, que cresceu por causa da melhora de renda dos brasileiros nos últimos anos e do avanço da banda larga.

"A classe média já é maioria absoluta entre os internautas e é um movimento sem volta", diz o diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles. "O comprador não tinha cartão de crédito, mas agora ele tem e o cartão é o principal meio de pagamento para das transações on-line", afirma.

Balanço - No ano passado, segundo a consultoria E-bit, o faturamento do setor de comércio on-line no país foi de R$ 18,7 bilhões, um crescimento de 26% em relação ao ano anterior. E o número de compradores pela internet chegou a 31,9 milhões, o equivalente a quase toda a população do Peru.

Os brasileiros têm se arriscado cada vez mais em compras internacionais. Dados do Banco Central mostram que os gastos dos brasileiros com cartão de crédito em compras no exterior cresceram 18% de fevereiro de 2011 para o mesmo mês deste ano - para quase US$ 1 bilhão.

Especialistas lembram ainda que mesmo as compras on-line em sites internacionais têm incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2,38%. Alguns sites estrangeiros também costumam ofertar o produto com a taxa de importação já embutida no preço final. O imposto de importação sobre produtos que entram no Brasil é de 60%, calculado sobre o valor total com frete, mais o ICMS.

O grande inimigo de quem opta por compras em sites internacionais é o tempo de entrega. Enquanto um produto de um site nacional pode chegar no dia seguinte, a espera por um internacional chega a 40 dias - no caso do site chinês.

Expectativa - A tendência é que o comércio on-line amplie seu faturamento para R$ 23,4 bilhões neste ano, alta de 25% ante o resultado registrado em 2011.

Assim como no mercado doméstico, as compras internacionais devem crescer. "A tendência é avançar. Em especial porque os jovens estão cada vez mais conectados e são os que fazem mais compras on-line", explica Meirelles, do Data Popular. "Esses jovens estão estudando mais, fazendo curso de inglês, descobrindo novas oportunidades nesse mercado", completa.

A diferença de preços é resultados do chamado custo Brasil. As altas taxas de juros e carga tributária encarecem a produção brasileira. "O Brasil precisa atacar a falta de competitividade", diz o coordenador dos programas de MBA Executivo do Insper (ex-Ibmec SP), Silvio Laban.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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