Comparação de preços na internet gera ganho anual de R$ 5,9 bi, aponta Fipe

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Os instrumentos de comparação de preços pela internet devem proporcionar economia de R$ 5,9 bilhões aos consumidores no Brasil neste ano. A estimativa, feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o site Buscapé, considera ganhos obtidos tanto no comércio eletrônico quanto nas compras em lojas físicas. Ela embute a expectativa de crescimento de 25% nas vendas pela internet neste ano, que pelos cálculos da e-Bit, empresa do grupo Buscapé especializada em informações de e-commerce, somarão R$ 23 bilhões.

"Os brasileiros estão comprando mais pela internet, porém também é grande a quantidade de consumidores que pesquisam os preços na web, mas concluem a compra nas lojas físicas", diz Sérgio Crispim, economista da Fipe que coordenou o estudo. Com esse comportamento, explica Crispim, as lojas físicas passaram a ser pressionadas a praticar preços mais próximos aos do comércio eletrônico. Ele destaca que levantamentos feitos nos Estados Unidos, França e Índia mostram que os preços on-line são, em média, 10% menores que os verificados nas lojas físicas.

Crispim ainda destaca que estudo da consultoria McKinsey mostra que, em 2009, a cada R$ 1 gasto no e-commerce, R$ 1,3 era utilizado em compras no varejo físico, após pesquisa de preços pela internet. "Admitindo-se essa mesma proporção em 2012, teríamos uma receita de R$ 29,9 bilhões no varejo físico com origem direta nas buscas na internet. Nessa receita já estariam incorporados os ganhos da transparência de preços possibilitada pela busca on-line de cerca de 10%, ou seja, R$ 3,3 bilhões. Somando-se a esse valor o desconto de R$ 2,6 bilhões obtido nas compras feitas pela internet, chegamos a uma economia total de R$ 5,9 bilhões em 2012, em função de um preço médio 10% menor, que se reflete nas compras on-line e off-line", resume Crispim.

Mesmo na internet, onde se torna mais fácil a comparação de preços, é possível notar uma enorme diferença de preços. Em maio, segundo levantamento da Fipe/Buscapé, a diferença entre o maior e o menor preço para um mesmo produto foi, em média, de 39,2%. O preço médio dos produtos vendidos pela internet no mês passado foi de R$ 1.660,86, período em que o menor preço médio foi de R$ 1.489,37 e o maior, R$ 1.989,85.

"O menor preço médio no e-commerce é 14% inferior ao preço médio. Nesse intervalo há uma oportunidade de ganho extra aos consumidores", ressalta Crispim. Supondo que a diferença fosse reduzida para 7%, o economista da Fipe calcula que os consumidores poderiam ter economia adicional de R$ 3,7 bilhões.

Entre as dez categorias de produtos pesquisadas pela Fipe/Buscapé, as maiores diferenças em maio foram vistas em artigos de fotografia (83,5%) e as menores em itens para casa e decoração (22,6%). Nas câmeras digitais, a variação de preços chegou a 106,2%, com o mesmo produto sendo vendido a R$ 788,70 em uma loja e a R$ 1.626,48 em outra. Em televisores e tablets, as diferenças foram de 42,3% e 74,6%, respectivamente.

O índice Fipe/Buscapé, que mede a variação de preços na internet, apontou queda de 0,36% em maio, registrando desaceleração em relação a abril, quando a retração foi de 0,73%. Desde março a deflação na internet vem perdendo força, desempenho que, na avaliação de Crispim, pode estar sendo influenciado pela valorização do dólar. No mês passado, dos 151 itens pesquisados, 97 ficaram mais baratos e 54 se tornaram mais caros.


Veículo: Valor Econômico



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