A Oi lança hoje um serviço em nuvem para permitir a comunicação de lojas com operadoras de cartões de crédito nas transações eletrônicas. O serviço é mais um esforço da companhia para elevar a receita com o mercado empresarial. A computação em nuvem engloba a oferta de infraestrutura de tecnologia, software e serviços por meio de uma conexão à internet.
A Oi, como outras operadoras, já oferecia às redes de varejo uma conexão para ligar terminais de transferência eletrônica de fundos (TEF) às operadoras de cartões de crédito. Em uma loja, as máquinas de processamento de transações são conectadas a um servidor de autenticação, o qual se conecta à operadora de cartões para processar a venda. A conexão entre os terminais de processamento e o servidor é feita pelas operadoras.
Maurício Vergani, diretor da unidade de negócios do corporativo da Oi, disse que a companhia fez uma pesquisa com 120 clientes do varejo e constatou que 67% das falhas nas transações com cartão decorrem de problemas de conexão entre os terminais e o servidor, ou de sobrecarga do servidor, que impede ou torna mais lenta a conexão com a operadora de cartões.
O serviço da Oi substitui a conexão tradicional por serviços na nuvem que incluem uma conexão de dados mais robusta e uma conexão de backup de terceira geração (3G). O lojista também substitui o seu servidor por outro equipamento que fica alocado em um dos cinco centros de dados da OI no país. Vergani disse que a tecnologia em nuvem reduz o custo para as redes de varejo em até 20%.
Esse serviço foi testado pela rede de supermercados Giassi, de Santa Catarina. Paulo Roberto Jansen, gestor de tecnologia da informação da Giassi, disse que o serviço foi implantado nos 13 supermercados da rede e que não houve registro de falhas de conexão. "Realizamos de 600 mil a 700 mil transações por mês. A frente do caixa não pode parar, é essencial ter uma conexão de alta disponibilidade", disse. A Giassi usa atualmente outra conexão de TEF da Oi e de duas operadoras concorrentes. Jansen disse que o novo serviço permite a conexão com as maiores bandeiras de cartões de crédito e que aguarda a aprovação de bandeiras regionais para adotar o serviço.
Vergani estima que 30% dos clientes de varejo atuais migrarão de conexões tradicionais para o serviço em nuvem em 12 meses. A Oi não divulga o número de clientes, mas informa que atende a 240 mil estabelecimentos comerciais no país. "O objetivo é também atrair varejistas atendidos por concorrentes", disse. Os serviços em nuvem são uma forte aposta da Oi. A meta da operadora é que até 2015, 15% da receita com clientes empresariais venha de serviços em nuvem. Em 2012, eles respondiam por 3% da receita com empresas, que foi de R$ 7,7 bilhões.
Fernando Belfort, analista sênior da Frost & Sullivan, disse que as operadoras vivem a segunda onda da computação em nuvem: após lançar serviços básicos, as teles investem em serviços mais sofisticados. "Nos próximos meses, as operadoras vão desenvolver mais serviços em nuvem de alto valor agregado, como a TEF, tendo como foco setores como varejo, finanças, saúde, educação e energia", disse.
Veículo: Valor Econômico