Tecnologia de vestir atrai novatas

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Enquanto os olhos da maioria das pessoas se voltam para os movimentos de grandes empresas como Samsung, Apple e Google, no mundo dos computadores no formato de peças de roupa, os "wearables", uma série de companhias de pequeno porte já tem investido - e ganhado algum dinheiro - com a nova categoria de dispositivos.

Nomes pouco conhecidos como Pebble, Fitbit, Misfit Wearables, Withings, Wahoo, Basis, Life Comm e Carenet estão liderando o que pode ser a próxima grande onda do mundo da tecnologia. Relógios inteligentes, monitores de atividades físicas, aparelhos de pressão e de medição de glicose que se conectam ao smartphone ou tablet, e até equipamentos para monitorar a fertilidade das mulheres estão disponíveis no mercado. Estima-se que pelo menos duas centenas de projetos de computadores de vestir tenham sido anunciadas nos últimos anos. Alguns deles já chegaram ao mercado, outros ainda estão em desenvolvimento.

Como costuma acontecer com novas tecnologias, boa parte dos computadores de vestir vêm sendo desenvolvida no Vale do Silício, a meca do mundo da tecnologia, no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Mas existem iniciativas em diversas partes do mundo.

A Withings, que fabrica balanças que se conectam à internet e medidores de pressão que conversam com smartphones, é francesa. De Cingapura, vem a Zensorium, que faz um pequeno dispositivo que mede itens como batimentos cardíacos e nível de oxigênio no sangue. O Brasil também está na lista. Fundada no ano passado, a Carenet começa a vender nas próximas semanas o Biosensor, seu primeiro produto.

O Biosensor começará a ser vendido nas próximas semanas por R$ 199. O produto será importado de um fornecedor na Ásia, mas segundo Immo Oliver Paul, cofundador da Carenet, já há conversas com empresas brasileiras para desenvolver e fabricar localmente um novo modelo. De acordo com Immo, para ter sucesso no país, os dispositivos precisam custar entre R$ 200 e R$ 300. Nos EUA, os "wearables" custam na faixa de US$ 200

No modelo de negócios, as novatas do setor têm explorado basicamente três modelos de vendas como fontes de receita: a venda dos dispositivos; de dados e perfis de uso para outras empresas (como laboratórios farmacêuticos); e de aplicativos e assinatura de serviços. Mas ainda há uma ampla gama de possibilidades a explorar. Uma delas é fechar contratos com empresas e planos de saúde. Segundo Immo, os aparelhos seriam usados para monitorar a saúde de funcionários e segurados como uma forma de prevenir doenças.

Segundo a empresa de pesquisa ABI Research, as vendas de dispositivos de vestir podem chegar a 53 milhões de unidades neste ano e atingir a marca de 340 milhões em 2017. Boa parte do crescimento do mercado virá a partir do ano que vem, quando Apple e Google se juntarão às empresas iniciantes, à Samsung e à Sony na venda desses aparelhos. O aumento na competição fará com que as empresas evoluam seus modelos de negócios, disse ao Valor, Sonny Vu, cofundador da Misfit Wearables. "O pulso será dominado pelos relógios inteligentes dos grandes fabricantes. A oportunidade está em outras partes do corpo", disse.

Criada há dois anos, a Misfit lançou recentemente o Shine, um monitor de atividades estiloso, feito de metal e do tamanho de uma moeda de R$ 1. Assim como outros aparelhos desse tipo, o Shine pode ser usado no pulso, ou pendurado na roupa. Mas a Misfit também vende acessórios que permitem usá-lo como um colar, ou como uma pulseira. Segundo Vu, essa é uma fonte de receita que a companhia pretende explorar. De acordo com Vu, mais aparelhos estão em fase de desenvolvimento e serão lançados nos próximos meses.

A companhia iniciou suas atividades com um investimento de US$ 750 mil de Vu, seu sócio Shridar Iyengar e o ex-executivo-chefe da Apple, John Sculley. No ano passado, a companhia recebeu um aporte de US$ 7,6 milhões em sua primeira rodada de captação de recursos. Assim como ela, outras iniciantes do mercado de "wearables" estão atraindo a atenção de investidores institucionais. A americana Fitbit - fundada em 2007 - levantou US$ 100 milhões em cinco rodadas de captação.

Os internautas também têm contribuído para o desenvolvimento de alguns projetos. A Pebble, dos EUA, bateu recorde no site americano Kickstarter - de vaquinhas virtuais, ou "crowdfunding" - e arrecadou mais de US$ 10 milhões de 85 mil doadores.



Veículo: Valor Econômico


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