Varejistas recorrem à tecnologia para crescerem

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A oferta de soluções tecnológicas por preços mais acessíveis está atraindo empresas com operações menores, que buscam aumentar seu faturamento sem ter que abrir novas lojas. Seja no varejo físico ou no virtual, há uma popularização de ferramentas que permitem identificar, por exemplo, quais as estratégias de atendimento mais eficazes ou quais locais da loja recebem um maior número de visitantes.

Um dos principais objetivos das ferramentas adotadas por players menores - aqueles com até quatro caixas (check-outs) - é aumentar a conversão do fluxo de clientes em vendas. "A taxa de conversão no varejo está girando em torno de 25%, 30%", afirma o gerente geral da Virtual Gate, Caio Camargo. "Isto é, a cada quatro pessoas que entram em uma loja para comprar, mais ou menos três vão embora. Em um cenário com tantas incertezas para o varejo, é necessário perceber que boa parte do faturamento está dentro da própria loja".

Nessa linha, a Virtual Gate propõe um produto de controle de fluxo de clientes, através da captura de informações por meio de câmeras (video-analytics). "O cliente passa a entender melhor o fluxo em suas lojas, e consegue um incremento de em média 9% a 10% no faturamento", aponta Camargo. "Identificamos áreas de maior tráfego, tempo de permanência em gôndola e trabalhamos com o varejista, podendo até buscar parcerias com consultorias, por exemplo." Esse serviço pode custar a partir de R$ 300.

Um dos players que adotaram a ferramenta de controle de fluxo foi a Redley. A varejista de vestuário e calçados implementou em 12 de suas 16 lojas a análise de fluxo de clientes, e aumentou em 13% o seu faturamento entre maio de 2012 e fevereiro deste ano. "Nós colocávamos cotas de vendas diárias, e passamos a perceber que mesmo se alcançássemos essas cotas, em alguns dias a equipe poderia ter rendido ainda mais", relata o gerente comercial da Redley, Rodrigo Murito.

A Redley pretende abrir duas novas lojas ainda em 2013 e já está estruturando mais duas inaugurações, previstas para o ano que vem. Para adotar a ferramenta de video-analytics em 12 lojas e outros serviços diferenciados, como o recebimento de relatórios diários via mensagem de texto (SMS), a Redley investiu cerca de R$ 50 mil, e arca com uma despesa mensal de R$ 250 para cada operação.

E-commerce

A maior demanda por soluções tecnológicas no comércio eletrônico acompanha a explosão do número de varejistas online. "Estima-se que haja cerca de 10 mil pequenas e médias lojas online no Brasil, que disputam R$ 5 bilhões em negócios", afirma Rafael Maia, diretor Comercial da ClearSale, que oferece soluções voltadas para gestão de riscos no e-commerce.

De olho neste mercado, a empresa lançou o Start, produto voltado especialmente para empresas de pequeno porte, que pretende ter 500 clientes até o fim do ano. "O pequeno varejista tem preocupação muito grande com compras de grande valor. Se houver uma fraude, quem se responsabiliza por taxas e prejuízos da operadora de cartão (chargeback) por exemplo, é o varejista. E isso pode comprometer o balanço financeiro da loja", explica o gerente de produtos do player, Rafael Dias.

Após o lojista receber um pedido de transação, a ferramenta Start cruza dados disponíveis da ClearSale - que fornece serviços para cerca de 75% das vendas no e-commerce brasileiro - e avalia que outras compras aquele cliente realizou recentemente. Então, a empresa disponibiliza uma nota que varia de 0 a 100, o score. Quanto maior o score, maior o risco da transação.

O preço desta solução é proporcional ao quanto os clientes podem pagar. "Funciona como um plano controle de telefonia. São três opções em que o cliente paga mensalmente por pedido enviado à ClearSale, sendo que caso não alcance esse valor, a quantia fica acumulada para o próximo mês. Os planos são de R$ 50, em que o cliente paga R$ 1 por transação; R$ 100, em que o cliente paga R$ 0,95; e R$ 200, em que o lojista paga R$ 0,90 por venda."

A Braspag, empresa que oferece soluções de pagamento online, também desenvolveu este ano um produto que foca neste nicho, o MeuCheckout. "A ideia é oferecer uma plataforma simplificada para o pequeno lojista, disponibilizando o know-how da empresa, acostumada a atender players maiores, a varejistas menores", afirma o diretor-executivo da Braspag, Gastão Mattos.

O produto é vendido através de pacotes pré-pagos. Os preços variam de R$ 85, com direito a 100 pedidos, a R$ 300, com 500 créditos. A solução reúne serviços como a compra em um clique, solução antifraude e compatibilidade com dispositivos móveis, como tablets e smartphones, afirma Mattos. "O tráfego no m-commerce tem crescido muito, mas o volume de compras finalizadas a partir destes dispositivos cresce bem menos. Percebendo essa tendência, identificamos qual dispositivo o cliente está usando e adaptamos a maneira de exibição, tudo para oferecer um serviço melhor e aumentar as vendas".



Veículo: DCI


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