O Mahindra Group, conglomerado indiano com faturamento anual de US$ 16,2 bilhões, resolveu entrar no mercado de tecnologia da informação no Brasil. As apostas do grupo são os setores de Mobile Payment (pagamento móvel) e Mobile Marketing (marketing móvel). No País, o grupo concorre com nomes como SAP, Gemalto, Huawei e ZTE.
Com a entrada na América Latina, a empresa projeta que o Brasil responda por 90% das receitas da Tech Mahindra - braço de tecnologia que controla a Mahindra Comviva - e incremente o faturamento, que atualmente está na casa dos US$ 2,7 bilhões, para US$ 5 bilhões em 2015.
"A nossa chegada ao mercado brasileiro faz parte da estratégia de expansão e de proximidade com os clientes. Ao fortalecer nossa empresa no Brasil, seremos capazes de servir ainda melhor, respondendo mais rapidamente às oportunidades do mercado", revela Max Padró, vice-presidente da Mahindra Comviva para a América Latina e Caribe.
De acordo com pesquisa divulgada pela Gartner em agosto, as transações mundiais de pagamentos móveis chegarão a US$ 235,4 bilhões este ano, valor 44% maior se comparado a 2012. Já o número de usuários do serviço saltou de 200,8 milhões em 2012 para 245,2 milhões em 2013. "Este é um mercado promissor com alto poder de aderência."
Um dos trunfos para a Mahindra Comviva se adaptar ao mercado brasileiro é Fabio Di Santoro, country manager da empresa no País. Com experiências anteriores no mercado de TI e telecom em empresas como Acision, Huawei e Nokia Solutions and Networks, o executivo acredita no futuro do negócio no Brasil. "Ainda existe um espaço enorme de desenvolvimento nesta área".
E a ferramenta que a Mahindra Comviva acredita ser a ideal para suprir as carências do mercado de Mobile Payment no Brasil é chamada mobiquity. Com foco em instituições bancárias e operadoras a ferramenta - acoplada ao celular - funciona como uma espécie de carteira digital e traz inúmeros serviços além do Mobile Payment, como Mobile Banking International (para transações bancárias), e Domestic Remittance, Self-Care e Cash-in/out. Segundo Di Santoro, o objetivo da Mahindra Comviva "não é substituir a prática existente e sim agregar valor".
E algumas empresas já desenvolvem ferramentas similares a essa "carteira digital' oferecida pela Mahimdra Comviva. A TelefônicaVivo é uma delas. "Essa carteira vai reunir todos os cartões dos nossos clientes, como Vale Alimentação, Débito, Crédito. Ano que vem algumas cidades do Brasil já vão poder usar esta carteira", revela Maurício Romão, diretor de serviços digitais B2C da Telefônica Vivo. Romão ainda complementa: "Acreditamos que essa carteira vai se tornar um canal de vendas. Vamos mandar ofertas para o cliente e ele pode comprar via e-commerce ou fisicamente com a tecnologia NFC. Eu poderia enviar ofertas de restaurantes para esse aplicativo e gerar cupons de desconto, a partir do uso de outras tecnologias."
Para o mercado de Mobile Marketing, a ferramenta da Comviva é a Renevue Plus. Com foco em tornar mais eficaz o envolvimento das operadoras durante o ciclo de vida do usuário, desde a aquisição, até a retenção e a reativação, a empresa busca - por meio de seu conhecimento em Serviço de Valor Agregado (SVA) - personalizar a relação das companhias com seus clientes.
Voltado para o mercado de pagamento móvel de pequenas e médias empresas, o grupo brasileiro Accesstage também projeta incremento este ano. Com a perspectiva de crescer 25% e faturar R$ 62,5 milhões em 2013, o presidente do grupo Celso Sato prevê aumento da carteira de clientes da empresa com o aumento da aceitação dos empresários para as soluções de pagamento móvel.
"Pretendemos continuar investindo em produtos mais aderentes às PMEs", explicou o executivo ao DCI. Para o acumulado do ano, Sato prevê um crescimento de 5% na base de clientes, que hoje são cerca de 85 mil conexões.
Procuradas pela reportagem, a SAP, Gemalto, Huawei e ZTE não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.
Veículo: DCI