São Paulo - O segundo trimestre de 2017 foi bastante positivo para o mercado brasileiro de celulares. Depois de chegar à marca de 12,3 milhões de aparelhos comercializados entre janeiro e março, os meses de abril, maio e junho registraram 12,8 milhões de dispositivos vendidos, impulsionados pela retomada do movimento de reposição.
Os números são de levantamento da consultoria especializada em tecnologia IDC Brasil e representam um avanço de 5,9% frente o volume obtido nos mesmos meses de 2016; já na comparação com o primeiro trimestre, a alta foi de 3,7%.
Do total de 12,8 milhões dispositivos comercializados no segundo trimestre de 2017, 700 mil foram do tipo feature phones(ou aparelhos mais simples, sem sistema operacional), representando uma queda de 44% na venda em relação ao mesmo período de 2016 e de 20% em relação ao primeiro trimestre de 2017.
Por outro lado, a venda de 12,1 milhões de smartphones entre abril e junho significou um crescimento de 11,7% na saída de chamados aparelhos inteligentes quando comparado ao segundo trimestre de 2016 e de 5,3% ao primeiro trimestre de 2017.
"O mercado de celulares voltou a apresentar números bem expressivos, principalmente porque o brasileiro está repondo aparelhos comprados há pelo menos três anos, já que esse tem sido o tempo médio de vida da bateria e da tela", observou o analista de pesquisa do mercado de celulares da IDC para América Latina, Leonardo Munin. Segundo ele, "a tendência é de que esse movimento continue assim nos próximos meses."
"Além de trocar de celular, o brasileiro está escolhendo um aparelho mais robusto. Por isso a queda tão acentuada no mercado de celulares convencionais", explica o analista da IDC. Segundo ele, tal movimento tem acirrado a competição entre as marcas e levado os fabricantes a baixarem os preços dos smartphones a níveis jamais vistos no Brasil, com até R$ 300 de desconto, por exemplo.
"Isso é ótimo para quem quer comprar, mas para a indústria, de maneira geral, é bem ruim, já que o mercado fica consolidado nas mãos de um número menor de fabricantes e com potencial de crescimento, em valor, reduzido", contrapontua o analista, observando que o tíquete médio dos aparelhos no segundo trimestre de 2017 teve queda de 2,1% em relação ao primeiro trimestre desde ano, passando de R$ 1.067 para R$ 1.044. "Houve crescimento em unidades, mas como o valor dos aparelhos caiu de um trimestre para o outro a receita ficou praticamente estável, na marca de R$ 13,3 bilhões. Isso é reflexo da política de preços adotada pelos fabricantes".
Segundo semestre
Para os próximos meses de 2017, a IDC prevê que o mercado chegue a 49 milhões de aparelhos vendidos, número que é 12,6% maior em relação a 2016, quando foram comercializados 43,5 milhões de celulares. "A grande aposta é na Black Friday, com aumento nas vendas de dispositivos intermediários e premium", finaliza Munin.
Fonte: DCI São Paulo