Levantamento anual da Abras sobre as características e as movimentações das redes e associações de negócios no setor de supermercados ganha número considerável de respondentes, muitos deles formados por lojas maiores. Aliás, é uma das principais tendências observadas nesta edição
O 13º Ranking de Redes e Associações de Negócios da Abras, elaborado com exclusividade pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade, mais uma vez traça o perfil do associativismo supermercadista do País. É um modelo de negócio que cresce ano após ano porque se mostra uma das alternativas mais inteligentes e viáveis para o desenvolvimento das empresas do setor. E não só das pequenas, mas também das médias e grandes redes regionais. O ingresso de redes compostas por lojas maiores é um dos destaques desta pesquisa. Este contingente provocou uma verdadeira dança de cadeiras no Ranking de 2013, como será possível ver de forma detalhada no decorrer do estudo.
Para o coordenador do Comitê de Redes e Associações de Negócios da Abras (Cran), Paulo Angelo Cardillo, esse movimento retrata o quanto o associativismo é uma opção para as empresas se fortalecerem e demonstra a necessidade de cada vez mais redes supermercadistas de todos os portes driblarem a concorrência. “Mesmo os donos de lojas grandes sabem que competir nos dias de hoje é muito difícil, por isso ninguém fica mais sozinho”, comenta.
O que não muda é a altivez e a representatividade econômica do segmento, o que pode ser atestado pelos números apurados nesta edição, a começar pelo faturamento bilionário.
Brasil afora, há cerca de 130 corporações associativistas do gênero. Juntas, somaram receita de R$ 26,9 bilhões em 2012, um crescimento nominal de 8,9% e, real, de 2,89% em comparação ao ano anterior.
O resultado mostra uma reação sobre os R$ 24,8 bilhões faturados em 2011. No período, houve incremento nominal de 5,45% sobre 2010 e retração de 1,54% ao se fazer a deflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 6,63% naquele ano.
Outra boa notícia foi a conquista de desempenho superior ao do setor supermercadista como um todo. De acordo com o último Ranking Abras, o autosserviço alcançou faturamento de R$ 242,9 bilhões em 2012. Conseguiu crescer 8,3% em termos nominais e 2,3% em circunstâncias reais, ou seja, quando descontada a inflação acumulada no período.
Vale ressaltar que estes dados não incluem o canal atacadista, como é o caso da Rede Smart, do Grupo Martins, e conglomerados formados por lideranças regionais. Exemplo é a Rede Brasil, união de 19 varejistas de porte mega, líderes em suas áreas de atuação. Ela sempre foi respondente, mas em comunicado enviado para a Abras, disse se caracterizar guardiã de marcas próprias e fomentadora do poder de negociação dos sócios sem, contudo, considerar como atividade principal a prática de transações comerciais.
Além disso, o critério de consolidação dos dados até aqui divulgados é projetado com base na taxa de crescimento das “mesmas empresas” do Ranking 2012 em comparação à base do Ranking 2011, a fim de se manter a série histórica, como será possível entender melhor no quadro Critérios e Metodologia.